Talvez seja um dos rituais marcantes do viajante do transmongoliano: a chegada dos passageiros aos diferentes comboios que vão tomando ao longo da viagem, até porque, como várias vezes vos disse, as qualidade dos comboios e o carácter das tripulações difere de país para país.
O que subsiste de comum é de facto o ritual da ocupação das cabines, o que significa, arrumação das malas e dos sacos, definição da ocupação do espaço por parte dos viajantes da gabine, quem fica onde (?), no bliche superior, na cama da esquerda ou direita, (...), a limpeza das cabines, enfim, o tempo de habituação ao ascetismo com que iremos viver durante os dias que em conjunto usufruiremos de um espaço pequeno, comunitário, e aparentemente incómodo.
Só nisto demoramos as primeiras três ou mesmo quatro horas de viagem. E ainda há quem se espante como o tempo é tão veloz dentro desta cabine...