quinta-feira, agosto 14, 2008

Moscovo II










Cidade circular, rodeada de bosques, com uma arquitectura marcadamente soviética, avenidas largas, algumas delas com mais de 11km, Moscovo tornou-se, em pouco mais de 10 anos, uma cidade cosmopolita, habitada por mais de 100 mil milionários, segundo a Revista Veja, para uma população de 12 milhões de pessoas, e cheia de sinais de exterior de riqueza, que surpreendem, obviamente, o viajante.
Lembro-me de Moscovo há dez anos. Outros lembrar-se-ão de Moscovo ainda capital do Império Soviético. A distância entre as memórias de uns e de outros é abissal, mas todos estamos de acordo num ponto: Moscovo é cada vez mais uma cidade do mundo, muito europeizada, sobretudo à custa das esplanadas, cafés, restaurantes de design e arquitectura moderníssima que rodeiam as ruas pedonais junto à Praça Vermelha.
A dissonância entre estabelecimentos comerciais sofisticados, como algumas lojas de gourmet na esquina da Rua Arbat e os lugares soviéticos, decadentes, pobres, vazios, onde as velhinhas cortavam o fiambre à mão, esfumou-se numa cidade arquitectonicamente mais equilibrada, onde aliás se adivinha uma classe média a crescer voluptuosamente.
A publicidade inunda as ruas e ilumina-as, como em qualquer outra cidade do mundo civilizado. Ainda há dez anos atrás parecia que Moscovo se habituava com muita dificuldade à claridade nocturna. Por isso, já é muito difícil lembrar na cidade, senão pela natureza do seu património edificado, construído, sobretudo, na era soviética, os sinais de um tempo, historicamente recente, que os russos em geral, e os moscovitas em particular, não querem nem ouvir falar.

Nota: Está muito calor em Moscovo. Aqui na cidade, os moscovitas procuram conforto nos jardins e nos bosques. Independentemente das idades despem-se o mais possível, na esperança das alças, dos decotes, das mini-saias e dos calções, os libertarem desta temperatura sufocante.

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