sábado, outubro 20, 2007
Mas a cultura tem uma geografia e uma história. No começo, começo promissor de que jamais nos separámos, nessa aurora cor de açafrão, para embalar aqui versos de Homero, está a palavra heróica, está o destino de Aquiles, que, na aguçada consciência de uma morte próxima, vai por gestos esculpindo a honra e a fama, antes que o manto de Hades o derrube. A este herói outros sucederam e à apertada cidade sucedeu uma alargada polis, privilegiado lugar da política, lugar de encontro e de comunhão; e à lança e ao dardo sucedeu o poder da palavra, a eloquência, e à violência cruel da batalha guerreira sucedeu, civilizada sublimação, o debate político na assembleia. E a palavra tornou-se filo-sofia, indomável espanto, inquieta mão estendida à sabedoria. E no regaço do tempo, Verdade por muitos ainda anunciada, o Verbo fez-se carne, morreu e ressuscitou. E destes caminhos outros partiram, como faróis recortando a costa, e entre eles se cruzaram e o antigo rumor que os habita, mais ou menos perceptivelmente de acordo com a limpidez dos ouvidos que o escutam, percorre hoje as artérias de Lisboa como de Helsínquia, de Atenas como de Praga, primordial seiva do espírito de que somos herdeiros.
Texto de Jose Pedro Serra, lançamento Europa Viva, património imaterial da Associação
Texto de Jose Pedro Serra, lançamento Europa Viva, património imaterial da Associação
Tratado de Lisboa - Europa - 27 - 2007
«Enfin. En approuvant le traité simplifié, les Vingt-Sept ont mis un terme à la querelle institutionnelle dans laquelle les Européens s'épuisaient depuis le traité de Maastricht de 1991. Le résultat n'est pas parfait. Mais il n'y avait sans doute pas, aujourd'hui, d'autre compromis possible».
Le Monde fr. 19-10-2007
«Gordon Brown left Lisbon on Friday proclaiming the end of the era of European institutional reform after signing an EU treaty which, he claimed, reflected Britain’s national interests».
FT/com - 20-10-2007
«No es el salto hacia adelante que avistaban los promotores de la Constitución europea, pero el nuevo Tratado de la Unión incluye reformas en la misma dirección que el texto que se estrelló tras los noes francés y holandés».
Elpais.com - 20-10-2007
Le Monde fr. 19-10-2007
«Gordon Brown left Lisbon on Friday proclaiming the end of the era of European institutional reform after signing an EU treaty which, he claimed, reflected Britain’s national interests».
FT/com - 20-10-2007
«No es el salto hacia adelante que avistaban los promotores de la Constitución europea, pero el nuevo Tratado de la Unión incluye reformas en la misma dirección que el texto que se estrelló tras los noes francés y holandés».
Elpais.com - 20-10-2007
sexta-feira, outubro 19, 2007
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quinta-feira, outubro 18, 2007
Noticias - Europa e Religiões
Começou o curso Europa e Religiões na União Budista com o módulo do budismo, orientado pelo Profº Gonçalo Pereira, Vice-Presidente da União Budista.
Todos percebemos a urgência de reflectir a problemática das diferentes expressões do sagrado, até porque, se existem nas nossas vidas matérias tão poucas sujeitas à cultura do despestar, expressão que deve sintetizar o busdismo, as religiões são, de facto, um bom exemplo de submissão a preconceitos não apenas mentais mas intelectuais e morais.
Dizia-nos o Profº Gonçalo que o busdismo está a atravessar uma fase de profunda criatividade provocada justamente pelo excepcional acolhimento que as sociedades europeias têm vindo a dar a esta prática.
Este módulo do budismo promete...já começou aliás a dar os seus frutos, com os participantes a revelarem um grande envolvimento com a prática, e uma grande curiosidade em saber muito mais.
Para a semana, dia 25 de Outubro, temos a ultima aula de Budismo.
O mês de Novembro é dedicado ao Judaismo.
Todos percebemos a urgência de reflectir a problemática das diferentes expressões do sagrado, até porque, se existem nas nossas vidas matérias tão poucas sujeitas à cultura do despestar, expressão que deve sintetizar o busdismo, as religiões são, de facto, um bom exemplo de submissão a preconceitos não apenas mentais mas intelectuais e morais.
Dizia-nos o Profº Gonçalo que o busdismo está a atravessar uma fase de profunda criatividade provocada justamente pelo excepcional acolhimento que as sociedades europeias têm vindo a dar a esta prática.
Este módulo do budismo promete...já começou aliás a dar os seus frutos, com os participantes a revelarem um grande envolvimento com a prática, e uma grande curiosidade em saber muito mais.
Para a semana, dia 25 de Outubro, temos a ultima aula de Budismo.
O mês de Novembro é dedicado ao Judaismo.
quarta-feira, outubro 17, 2007
Fábrica «798» - Greenwich Village - Pequim
Portfólio Fernanda Serrano - Agosto 2007 - Transmongoliano Europa Viva
Curso Europa e Religiões - noticias
Começa na próximo dia 18 de Outubro às 18:30, na União Budista, justamente com o módulo do budismo, o Curso Livre Europa e Religiões, uma organização Europa Viva numa parceria com a Licenciatura de Estudos Europeus da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
www.europaviva.eu
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terça-feira, outubro 16, 2007
Profª Maria Helena da Rocha Pereira
A propósito da exposição Os Gregos. Tesouros do Museu Benaki, Atenas, a Fundação Gulbenkian (Museus) organizou um ciclo de conferencias intitulado Em Volta do Milagre Grego, coordenadado pela senhora professora Maria Helena da Rocha Pereira, seguramente um dos maiores classissistas vivos.
O anfiteatro da Gulbenkian apresentou-me pequenissimo o que provavelmente surpreendeu os próprios organizadores do ciclo...mas, como seria possivel pensar que Maria Helena da Rocha Pereira não traria por si só um imenso grupo de pessoas, seus alunos, alguns há mais de 20 anos, tão só para a ouvir de novo, reactualizando na emoção de cada um o seu pensamento tão longo e profundo sobre a cultura grega e o papel dos gregos na cultura europeia?
Gostávamos de ser capazes de sintetizar a conferencia da professora mas tal como ninguém se atreveu a perguntar-lhe nada, senão uma aluna sua o óbvio mas apenas para lhe dizer do prazer imenso dos ouvintes europeus acerca do pensamento, também nós, não nos atrevemos a sumariar o conteúdo da sua conferencia.
Apenas deixamos aqui três notas:
- Plutarco foi o grande educador europeu;
- O legado da Grécia no património europeu contemporâneo é todo património filosófico europeu;
- Não devemos ter medo de falar do ocidente como uma construção essencialmente grega.
No dia 26 de Novembro , às 18:00, entrada livre, José Pedro Serra, sócio fundador da Europa Viva, dirá sobre A filosofia fala grego
O anfiteatro da Gulbenkian apresentou-me pequenissimo o que provavelmente surpreendeu os próprios organizadores do ciclo...mas, como seria possivel pensar que Maria Helena da Rocha Pereira não traria por si só um imenso grupo de pessoas, seus alunos, alguns há mais de 20 anos, tão só para a ouvir de novo, reactualizando na emoção de cada um o seu pensamento tão longo e profundo sobre a cultura grega e o papel dos gregos na cultura europeia?
Gostávamos de ser capazes de sintetizar a conferencia da professora mas tal como ninguém se atreveu a perguntar-lhe nada, senão uma aluna sua o óbvio mas apenas para lhe dizer do prazer imenso dos ouvintes europeus acerca do pensamento, também nós, não nos atrevemos a sumariar o conteúdo da sua conferencia.
Apenas deixamos aqui três notas:
- Plutarco foi o grande educador europeu;
- O legado da Grécia no património europeu contemporâneo é todo património filosófico europeu;
- Não devemos ter medo de falar do ocidente como uma construção essencialmente grega.
No dia 26 de Novembro , às 18:00, entrada livre, José Pedro Serra, sócio fundador da Europa Viva, dirá sobre A filosofia fala grego
Ciclo das Grandes Lições - calendário
5 de Dezembro - Musica, tendências urbanas - Vitor Belanciano - antropólogo e jornalista (Público)
10 de Janeiro 2008 - Voluntariado, Hoje - APAV; Cruz Vermelha e Banco Alimentar
24 de Janeiro 2008 - Alterações Climáticas, somos responsáveis? - Sandra Martinho - especialista em ambiente, professora e co-fundadora de e-value.
As Grandes Lições são proferidas da Faculdade de Letras de Lisboa às 18:00.
10 de Janeiro 2008 - Voluntariado, Hoje - APAV; Cruz Vermelha e Banco Alimentar
24 de Janeiro 2008 - Alterações Climáticas, somos responsáveis? - Sandra Martinho - especialista em ambiente, professora e co-fundadora de e-value.
As Grandes Lições são proferidas da Faculdade de Letras de Lisboa às 18:00.
Encontro - Europa e Religiões
Os participantes do Curso Europa e Religiões inscritos na fase II encontram-se hoje na FLL.
segunda-feira, outubro 15, 2007
Diálogo Inter religioso ou cultural...
Para quem organizou um curso como o Europa e Religões, o debate « A Força do Espírito» organizado pela RTP, a propósito dos 90 anos de Fátima, não só constituiu por si mesmo um momento rarissimo de reflexão em televisão, como legitimou (sim, precisamos sempre que vozes sábias legitimem) as preocupações fundas (profundas) da Direcção da Europa Viva sobre as grandes questões europeias e as grandes questões do mundo contemporâneo.
No debate participaram o Cardeal Patriarca de Lisboa,o Bispo de Leiria-Fátima, O dr. Mário Soares, o Profº Marcelo Recebelo de Sousa e o Secretário do Vaticano para a Congregação dos Santos.
As questões que o debate lançou (e que nos interessam neste contexto) e discutidas pelos participantes versaram problemáticas intrisecas ao diálogo religioso e ao papel do religioso como fenómeno antropológico e sociológico.
Permitam que vos diga que o debate foi um acontecimento impar da vida da cultura e da Igreja. Se outras razões não bastassem, esta, afirmada por D.José Policarpo, de que o futuro do diálogo inter religioso é muito mais um diálogo cultural, do que confessional, do do qual depende a paz no mundo, em divergencia, aliás com a tese oficial da Igreja, pelo menos como a preconiza o Vaticano, e ficou expressa no debate, chegaria para nos obrigar a reflectir sobre o curso que organizámos.
Estamos certos que o diálogo inter religioso é um diálogo cultural, foi justamente por isso, que ousámos promover o curso no seio da nossa Associação, uma organização social eminentemente cultural e não confessional.
Mas fica-nos também a certeza que o religioso é um assunto do foro das liberdades e das garantias constitucionalmente consagradas, sem os quais não é possivel dialogar, por isso, deve ser a sociedade civil a viabilizar esse diálogo, de um modo plural, abrangente, e sobretudo, desprovido de todo o preconceito ideológico ou politico.
Como se disse, a cultura europeia é uma cultura de encruzilhada, onde gregos, romanos, arábes, judeus e cristãos souberam inventar a tolerância, a democracia, a fraternidade, que hoje se confunde com solidariedade.
É, pois, com imenso orgulho que começamos o nosso Curso Europa e Religiões, no próximo dia 18 de Outubro, com o módulo do budismo, na União Budista e tendo por «mestre» o professor Gonçalo Pereira.
Quem quiser conhecer melhor esta iniciativa consulte
www.europaviva.eu
No debate participaram o Cardeal Patriarca de Lisboa,o Bispo de Leiria-Fátima, O dr. Mário Soares, o Profº Marcelo Recebelo de Sousa e o Secretário do Vaticano para a Congregação dos Santos.
As questões que o debate lançou (e que nos interessam neste contexto) e discutidas pelos participantes versaram problemáticas intrisecas ao diálogo religioso e ao papel do religioso como fenómeno antropológico e sociológico.
Permitam que vos diga que o debate foi um acontecimento impar da vida da cultura e da Igreja. Se outras razões não bastassem, esta, afirmada por D.José Policarpo, de que o futuro do diálogo inter religioso é muito mais um diálogo cultural, do que confessional, do do qual depende a paz no mundo, em divergencia, aliás com a tese oficial da Igreja, pelo menos como a preconiza o Vaticano, e ficou expressa no debate, chegaria para nos obrigar a reflectir sobre o curso que organizámos.
Estamos certos que o diálogo inter religioso é um diálogo cultural, foi justamente por isso, que ousámos promover o curso no seio da nossa Associação, uma organização social eminentemente cultural e não confessional.
Mas fica-nos também a certeza que o religioso é um assunto do foro das liberdades e das garantias constitucionalmente consagradas, sem os quais não é possivel dialogar, por isso, deve ser a sociedade civil a viabilizar esse diálogo, de um modo plural, abrangente, e sobretudo, desprovido de todo o preconceito ideológico ou politico.
Como se disse, a cultura europeia é uma cultura de encruzilhada, onde gregos, romanos, arábes, judeus e cristãos souberam inventar a tolerância, a democracia, a fraternidade, que hoje se confunde com solidariedade.
É, pois, com imenso orgulho que começamos o nosso Curso Europa e Religiões, no próximo dia 18 de Outubro, com o módulo do budismo, na União Budista e tendo por «mestre» o professor Gonçalo Pereira.
Quem quiser conhecer melhor esta iniciativa consulte
www.europaviva.eu
domingo, outubro 14, 2007
O nosso primeiro encontro pós comboio...
Da memória, fomos «sacando» as imagens que a cada um marcou indelevelmente a vida. Gostámos todos de revisitar pedaços da vida que só fazem sentido se o fizermos juntos, porque juntos, não temos que contar o pormenor, não, quando estamos juntos acentuamos as exclamações, e conjugamos verbos passados mas presente, intensamente presentes, quase sem sujeitos, não precisamos de enunciar o eu, o tu ou o ele, nem o nós, porque todos conhecemos o texto e o contexto, sem complementos, sim, a cada um basta dizer:
lembram-se ?
E todos nos lembramos do comboio, sempre do comboio, cada vez mais do comboio, mas também da Mongólia, e da China...alguns lembram a Russia, mas a Russia está parada, só Moscovo ressuscita do coma profundo que foi a memória do século XX, de resto, a Sibéria continua a eternizar o fantasma do tempo sem futuro, mas a Mongólia não, a Mongólia é bela, e a China mostra vontade de pertencer ao mundo potência, prepotência...
lembram-se da nossa chegada á China?
Dos apitos revolucionários, da entrada num beco sem saida, das amarras, da noite, do frio e do vento?
Para nós, viajantes do transmongoliano, isto basta para que a narrativa se torne vida...
E lembram-se?
Sim, lembramo-nos de tudo, e foi isso mesmo que fomos dizer uns aos outros, na Quinta das Lágrimas...
Lembram-se?
lembram-se ?
E todos nos lembramos do comboio, sempre do comboio, cada vez mais do comboio, mas também da Mongólia, e da China...alguns lembram a Russia, mas a Russia está parada, só Moscovo ressuscita do coma profundo que foi a memória do século XX, de resto, a Sibéria continua a eternizar o fantasma do tempo sem futuro, mas a Mongólia não, a Mongólia é bela, e a China mostra vontade de pertencer ao mundo potência, prepotência...
lembram-se da nossa chegada á China?
Dos apitos revolucionários, da entrada num beco sem saida, das amarras, da noite, do frio e do vento?
Para nós, viajantes do transmongoliano, isto basta para que a narrativa se torne vida...
E lembram-se?
Sim, lembramo-nos de tudo, e foi isso mesmo que fomos dizer uns aos outros, na Quinta das Lágrimas...
Lembram-se?
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