sexta-feira, julho 25, 2008

Ele há tiros...um texto de Helena Oliveira em www.ver.pt

Ele há tiros que saem pela culatra. Tudo começou quando a americaníssima revista Foreign Policy (FP) e a inglesíssima Prospect elegeram os 100 intelectuais “públicos” de topo do mundo. Economistas, escritores, filósofos, laureados com o Nobel, líderes religiosos, professores universitários, entre outras personalidades “cujas ideias influenciam os demais”, das mais diferentes partes do mundo, constavam do ranking. Mas, de seguida, as duas publicações resolveram pedir ao público que votasse nos 20 que maiores honras de destaque mereceriam. Ao longo de quatro semanas e mais de meio milhão de votos depois, os 20 mais foram divulgados e os 10 primeiros são todos... Islamitas. O resultado, inesperado não só para os editores das duas revistas, provocou uma onda de comentários na imprensa, mas é passeando na Internet que se chega aos mais recônditos contornos de um ranking que está a dar muito que falar.Em primeiro lugar, todos sabemos o quão subjectivo pode ser um ranking. Contudo, uns são, efectivamente, muito mais subjectivos que outros. E existem critérios mínimos a ter em conta quando se decide nomear um país, uma personalidade, uma cidade, uma escola ou seja lá o que for para que conste, para a posteridade, que x ficou em y lugar no ranking z. Esta é a primeira crítica que se faz aos responsáveis da Foreign Policy e da Prospect que elegeram, eles próprios, aqueles que deveriam constar no top 100 dos intelectuais mundiais. Os critérios exigiam que “os candidatos deviam estar vivos, ter voz activa na vida pública e que já tivessem demonstrado distinção na sua área particular de actividade bem como a capacidade de influenciar um debate alargado, para além das fronteiras dos seus próprios países”. A lista dos 100 eleitos incluía nomes tão díspares como o linguista e activista Noam Chomsky (que em 2005, a última vez que este ranking foi produzido, foi o primeiro classificado), o pai da microfinança e Nobel da paz, Muhammad Yunus, o Papa Bento XVI, o escritor Salman Rushdie ou o economista Jeffrey Sachs. Nestes poucos exemplos, torna-se evidente a diversidade dos eleitos, tanto ao nível das suas áreas de influência, como dos países que os viram nascer...
Helena Oliveira

O realismo cínico...















Auto retrato de Yue Min Ju (1962) o artista chinês mais bem pago no mercado internacional.
Em Londres a Sotheby´s vendeu por seis milhões de dólares o seu quadro intitulado «Execution».
Decepcionado com os resultados politicos depois de Tiananmen, Yue Min Ju funda um movimento artistico conhecido por Realismo Cínico.

quinta-feira, julho 24, 2008

Berlim, 2008.07.24

"América no tiene mejor socio que Europa".

"No podemos permitirnos estar divididos".

Barack Obama, em Berlim, 2008.07.24



In Elmundo.es

Viagens - Marco Polo


Mais um livro da Biblioteca Editores Independentes: Viagens, Marco Polo, BI.036.
Nos últimos anos, e do ponto de vista editorial, não terá existido no panorama editorial português um projecto tão interessante como este da BEI que juntou três ou quatro editores e em comum publicaram jóias da literatura mundial a preços muito acessíveis e de formato muito prático. Há muitos anos que a língua francesa, a inglesa e a alemã dispõem deste conceito que durante várias décadas formou gerações e encenou o ambiente dos metropolitanos das principais cidades europeias.
Desta colecção acabam de saír dois preciosos livros: este das Viagens de Marco Polo e a Odisseia de Homero.
Nesta fase da vida da Europa Viva em que concentramos todas as energias na resolução do batalhão de contigentes burocráticos relacionados com o Transmongoliano, escolho, obviamente, o livro de Viagens de Marco Polo.
Uma parte destas crónicas de Viagens de Marco Polo passam-se justamente em locais e países que vamos visitar, outras que já visitámos e, outras ainda, que iremos visitar em 2009.
Para os associados da Europa Viva é um livro recomendável. E para os que fizeram o Transmongoliano imprescíndivel.
Lembram-se de Ulaan Baator rodeada de estátuas de Gengis Cã? Lembram-se do Gobi? E dos parques naturais?
De tudo isto já nos fala Marco Polo. Leiam. Que bom que é...

quarta-feira, julho 23, 2008

A missão da Europa Viva

A muitos inquietará, sobretudo, aqueles que nos conhecem mal e aos que, conhecendo-nos um pouco melhor, reflectem menos sobre a Europa e o Mundo, o facto de a Europa Viva ter um projecto dedicado a países como a Rússia, Índia ou China.
«Se vocês se preocupassem com os países europeus, compreendíamos muito bem, agora com a Rússia, e com a China ou com a Índia, isso já nos faz alguma confusão» comentam alguns, mesmo os associados da Europa Viva.
Comecemos então pela missão da nossa Associação. A Europa Viva existe para difundir, reflectir e promover os valores da cultura europeia, da cidadania e da solidariedade social.
Ora bem, é justamente no campo da reflexão que países como a Rússia, a China e a Índia entram na nossa programação e ocupam muito tempo do nosso trabalho associativo.
E porquê? Porque de entre várias razões, estes países, «exigirão de todas as forças ocidentais um esforço de estudo, adaptação e síntese, numa perspectiva completamente nova que ultrapassa a visão comum da globalização» escreveu Guilherme Oliveira Martins no prefácio ao livro de José Carlos Calazans (historiador e professor universitário) Globalização e Ciências Religiosas.
O que pensa um cidadão europeu sobre o futuro da Europa no contexto da relação com os chamados países do BRIC – Brasil, Rússia, Índia, China?
Como imagina a Europa, nomeadamente a sua economia, a vida politica e social, o cidadão comum europeu, daqui a uma década?
Que formação terá de ser ministrada às crianças europeias para que possam triunfar num mundo onde o pensamento é global?
O que sabe o homem comum europeu acerca da cultura e do pensamento dos povos dos países com quem no futuro tem que se habituar a competir, a relacionar socialmente, a inter agir pessoalmente?
Do nosso ponto de vista, as respostas a estas perguntas, serão compreensíveis a muito poucos europeus, e apenas a uma ínfima elite de cidadãos portugueses, para quem o mundo é já ali, apesar da União Europeia ter sido, o primeiro projecto politico a obrigar-nos a repensar as matrizes do pensamento ocidental como a síntese de conteúdos universais.
A Europa Viva visita os países do BRIC, realiza conferencias, promove cursos, encontros, seminários, nesta área cultural, justamente porque reflecte na sua programação, as magnas questões do nosso tempo.
Sabia que a China construiu em cinco anos uma classe média de 170 milhões de habitantes, enquanto nós europeus, levámos mais de cinco décadas para construir uma classe média que ronda os 300 milhões de pessoas…

©Ana Paula Lemos

A China vista pela National Geographic, Maio de 2008




terça-feira, julho 22, 2008

A asiatização da Europa, segundo Peter Sloterdijk

«Entre conhecedores, é um segredo de Polichinelo que, desde há mais de cem anos, uma grande parte da intelectualidade ocidental «asiatiza», como se costuma dizer. Poder-se-ia ver nisso uma brincadeira irónica do objecto do conhecimento com o seu sujeito. No mundo das inteligências, sucede que o descobridor se expõe a uma descoberta recíproca por parte daqueles que foram descobertos. Para o mundo burguês, entre os séculos XVII e XIX, o interesse pelo Oriente despertou sob o signo do colonialismo, que não tardou a acarretar um comércio intelectual à escala mundial. Foi a geração do período do romantismo que, pela primeira vez, ergueu as importações da Ásia a um nível teórico e as inseriu numa sinopse grandiosa das civilizações do mundo. Conversa universal sobre literatura universal, tal foi a imagem serena de um ecumenismo romântico, em que se fazia circular a lírica persa as traduções dos Upanishads como outras tantas provas da actividade autenticamente metafísicas da alma do mundo.
Mas a coisa não se ficou por um namorico filológico. Para o Oriente real, o facto de ter sido descoberto por um espírito diferente, veio a ser um encontro com o seu destino. O que começara como descoberta, depois prosseguira como conquista, missionação e instrução do Oriente pelo Ocidente já altamente mobilizado, logo arrastou consigo o antigo Oriente para a mobilização do Planeta. O Japão forneceu ao mundo o modelo de uma autoliquidação perfeita e praticou um seppuku em benefício da indústria e da história, que permanecerá para sempre assombroso. Provavelmente a antiga Ásia desaparecerá um dia da face da Terra, no âmbito de uma autocolonização histórica, e talvez só sobreviva nas bibliotecas da indologia, da sinologia, da nipologia, de inspiração ocidental, tal como a velha Europa apenas sobreviveu em seminários de filologia clássica e de estudos medievais...e filmes históricos».
in Mobilização Infinita, Peter Sloterdijk, pp 58 - Relógio D'Água.

segunda-feira, julho 21, 2008

Os temas da actualidade

Esta semana os temas de duas, das mais importantes revistas mundias da actualidade, respectivamente, Vanguardia (Julho / Setembro 2008 - nº 28) e o Le Monde Diplomatique (Agosto / Setembro 2008 - nº 100) dedicam os seus temas de capa a dois países que a Europa Viva tem estudado e trabalhado:a China e a Rússia. Convidamos os viajantes do Transmongoliano a lerem uma e outra. Ambas ajudar-nos-ão a compreender melhor o itinerário que escolhemos para tema da nossa viagem.
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