sábado, janeiro 12, 2008

O que disseram de nós em 12.01.2006

Alguns dos recortes de imprensa da altura....

12.01.2006 - Reportagem apresentação da Europa Viva à sociedade portuguesa...








Naquele dia, na Representação da Comissão Europeia em Portugal, Lisboa, foi assim...

O Profº José Pedro Serra fez a laudatio da cerimónia, a Presidente da Europa Viva leu o texto programático e o representante da Comissão Europeia em Portugal discursou sobre a importancia do acontecimento na vida da cultura europeia.
Estávam presentes representantes da Assembleia da República, das Universidades, de muitos organismos europeus, do Governo Civil de Lisboa, de muitas Associações culturais e de Solidariedade Social, , editoras, vários orgãos de comunicação social, os nossos familiares, amigos e muitos outros convidados que se quiseram juntar à Europa Viva neste primeiro dia do resto da sua vida...

sexta-feira, janeiro 11, 2008

12.01.2008 - Nota da Direcção


Há dois anos, a 12.01.2006, um grupo de 13 cidadãos portugueses, fundadores da Europa Viva, Associação Europeia para a Criatividade e Solidariedade, apresentou à sociedade portuguesa um projecto cultural absolutamente inovador:

- promover, difundir e reflectir a cultura europeia, partindo de uma agenda criativa que colocaria no terreno da acção e do debate as matrizes culturais europeias (o legado da cultura latina e grega) e o pensamento europeu contemporâneo em todas as manifestações da criatividade humana assente nos valores de uma cidadania responsável e da solidariedade humana.

No dia 12.01.2006 estes 13 cidadãos estavam sós na convição e determinação de um projecto que parecia impossivel de concretizar-se com os parcos meios financeiros que dispunham.

Hoje, dois anos volvidos, a comunidade dos associados da Europa Viva é sete vezes maior.

Hoje mais de 300 pessoas já experimentaram no terreno as nossas ideias, as nossas propostas e os nossos projectos.

A Europa Viva, dois anos depois, tem no terreno 4 projectos a funcionar plenamente:

- Casa da Memória;

- Europa em Movimento;

- Europa Cultural;

- Europa Sénior;


A todos os que ajudaram e ajudam a conceber, produzir e realizar a Europa Viva, o nosso muito obrigado.

De todos nós, dos associados, do Conselho de Membros e dos Corpos Associativos fica o compromisso e a determinação de que trabalharemos mais e melhor no respeito pelos nossos estatutos e na concretização da nossa missão.


A Direccção



Construir...a viagem à Sícilia


Os temas e as viagens que construímos levam o seu tempo de maturação e claro concretização.
Só agora soubemos quais vão ser as peças de teatro que assistiremos em Junho em Siracusa.
Vamos ver, ler e ouvir a Oresteia de Ésquilo nas peças
- Agamémnon;
- Coéforas;
Ora, o tema desta primeira viagem sob o signo das matrizes culturais é justamente o teatro grego. Saber este calendário é assunto essencial para completar a planificação dos itinerários.
É nisso que trabalhamos...

quarta-feira, janeiro 09, 2008

Lição Voluntariado- Anfiteatro II - FLL

10 Janeiro, 18:00, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Anfiteatro II, Voluntariado, hoje

Diz ao infinito que entre...







Para um poema de Alexandre O’Neill: «Quem? O infinito? / Diz-lhe que entre. / Faz bem ao infinito / estar entre gente.»
fotos (c)Lurdes Fidalgo

terça-feira, janeiro 08, 2008

Grandes Lições - construção do pensamento europeu

Calendário Janeiro:


Dia 10, Voluntariado, Hoje - 18:00, Anfiteatro II, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Participantes: APAV (Dr. José Duque), Cruz Vermelha (Drª Dulce Simões, Drº Pedro Pina), Europa Viva (Drª Helena Martins);


entrada livre

Dia 24, Alterações Climáticas, somos responsáveis? 18:00, Anfiteatro II, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa,
Conferencista: Drª Sandra Martinho

entrada livre

segunda-feira, janeiro 07, 2008

Polémica...




(c) fotos Ludes Fidalgo

L' Autre Cap - Jacques Derrida

«Au vieux nom de l'Europe, peut-on faire correspondre une identité culturelle?»

Jacques Derrida

L'Autre Cap, Liber /Le Monde, n 5, 1990

Texto de Sérgio Hipólito


O DILEMA TURCO, parte I: falsas questões

A fragilidade moral e política da União Europeia está a alastrar-se a todas as vertentes: não só afecta hoje o plano interno (com a mais que provável ausência de referendos ao Tratado de Lisboa), mas atinge também um dos mais importantes desafios externos que se colocam ao projecto europeu: a adesão da Turquia. Na realidade, a forma como a questão turca for tratada poderá vir a influenciar decisivamente o futuro da própria União Europeia. Para o bem ou para o mal.
Existem diversas formas de abordar este tema, ainda que muitas delas tenham sido criadas para desviar a atenção do que está realmente em jogo. Desde logo, muitos defensores da preponderância da “Velha Europa” (para usar a expressão de Donald Rumsfeld) estão preocupados com o peso que a Turquia poderá ter no processo decisório no seio da União Europeia. Com uma população acima dos 70 milhões, e com tendência para aumentar de forma significativa na próxima década, a Turquia ganharia um peso muito considerável nas decisões comunitárias, superior mesmo ao da própria Alemanha. Mas esta é uma falsa questão. A União Europeia já passou por vários processos de alargamento – só em 2004 entraram dez novos países de uma só vez – e o processo decisório sempre foi reformulado para acolher novos Estados-membros, sem prejuízo dos mais antigos que, aliás, sempre souberam garantir (e reforçar) os seus privilégios.
Já a situação sociopolítica da Turquia merece, de facto, uma atenção muito especial. É indesmentível que existem vários sectores da sociedade turca que necessitam de uma profunda remodelação antes que a adesão à UE se torne uma realidade: são apontadas várias falhas ao nível de direitos fundamentais, como, por exemplo, a falta de liberdade de imprensa ou falta de respeito pela minoria curda. Nestas questões, a União terá de ser firme na exigência de mudanças, utilizando todo o seu soft power (ou seja, a capacidade de promover mudanças através do poder de atracção que exerce, em detrimento do uso da força militar) para influenciar a evolução do regime turco.
Mas se este fosse o principal problema, penso que a resolução da questão turca seria apenas uma questão de tempo. Bastaria exigir a aplicação dos Critérios de Copenhaga, com as consequentes reformas políticas e sociais, e tudo seria ultrapassado com maior ou menor dificuldade. Ainda há bem pouco tempo, e talvez de forma precipitada, a adesão foi prometida à Bulgária para 2007, apesar de este país estar longe de cumprir as exigências de Bruxelas. Como resultado, a pouco mais de seis meses da data prevista para a adesão, Durão Barroso teve que se deslocar de urgência a Sófia para pedir maior rapidez na implementação de reformas, numa altura em que o crime organizado controlava as áreas mais importantes do país, nomeadamente a economia, não hesitando em eliminar quem se pusesse no seu caminho. Mas também aqui o soft power europeu foi a solução para o problema. Será que, com as devidas diferenças, não poderia acontecer o mesmo em relação à Turquia?


(c)Sérgio Hipólito
Mestrando Estudos Europeus

O DILEMA TURCO, parte II: o cerne da questão

O dilema turco só o é porque se prende com factores bastante mais sensíveis que os acima referidos. Em primeiro lugar, estão em jogo questões de identidade, que se reflectem num conjunto de preconceitos resultantes da percepção que os europeus têm da história e da cultura turcas. A Turquia, embora geograficamente seja mais asiática que europeia, faz parte indiscutivelmente da história do Velho Continente. Basta folhear os nossos manuais escolares. Só que a forma como essa história é transmitida nas escolas privilegia uma visão perigosamente simplista: da mesma forma que os escandinavos da Alta Idade Média eram todos Vikings que espalhavam terror e destruição, os turcos são apresentados como os bárbaros que estiveram às portas de Viena em 1683. Ou seja, cria-se a imagem de um grupo de selvagens que tentaram reduzir a cinzas a mais europeia das cidades daquele tempo. E esta oposição precipitada, produzida nos bancos das escolas, acaba inevitavelmente por criar obstáculos na hora de debater a adesão da Turquia à União Europeia.
Outro argumento frequentemente apontado para rejeitar a adesão da Turquia prende-se com o facto de ser um país islâmico. Mas, neste caso, o 11 de Setembro só veio acentuar ainda mais a necessidade de dizer “sim” a Ancara, sob pena de deitar a perder todo o esforço feito para o diálogo entre civilizações, religiões e culturas (e 2008 será o ano europeu para o diálogo intercultural). De facto, a religião, que parecia uma diferença inultrapassável, tornou-se um factor a favor da adesão da Turquia. Porque neste momento, rejeitar a adesão de um país devido a factores religiosos constitui um erro de proporções inimagináveis, que resultará, por certo, numa reacção sectária e fundamentalista contra a Europa, em todas as suas dimensões. Pior ainda, e tal como afirma Teresa de Sousa (de longe, a melhor jornalista portuguesa em assuntos europeus), “poderá vir a ter resultados para todo o Ocidente tão ou mais perigosos que a invasão do Iraque.”
Aceitar o pedido de adesão da Turquia é, sem dúvida, a forma mais eficaz de demonstrar as vantagens da moderação política e do sistema democrático para modernizar e desenvolver os países islâmicos. Além disso, tendo em conta a actual situação geopolítica internacional, com a credibilidade dos EUA muito afectada, só o soft power europeu pode ser capaz de demonstrar que o Islão é compatível com o respeito pelos direitos humanos e com o Estado de Direito. E através da Turquia, a Europa teria finalmente uma voz influente no instável Médio Oriente. Ancara seria tão importante nesse relacionamento como Portugal é no diálogo com o continente africano.
A primeira preocupação dos pais da União Europeia era impossibilitar para sempre a repetição de séculos de conflitos sangrentos, que tiveram como base as diferenças entre os europeus. E as diferenças religiosas, como sabemos, foram causa de várias guerras. Agora que a paz interna parece uma realidade, a União percebeu que este projecto, que conta já com mais de meio século de vida, pode ser posto em causa pelo que se passa nos territórios envolventes. A melhor forma de o evitar – e, ao mesmo tempo, de garantir o aumento de peso da própria Europa na cena mundial – passa por utilizar o seu capital de atracção para impulsionar reformas que privilegiem a democracia, o desenvolvimento económico e a estabilidade nas regiões à sua volta. Foi assim com o alargamento a Sul e, mais tarde, a Leste. A adesão da Turquia será um grande passo para a segurança dos europeus e para a reafirmação da credibilidade da Europa num mundo globalizado.



(C)Sérgio Hipólito
Mestrando Estudos Europeus
06/01/2008
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