A chegada à estação de comboio de onde parte o Trannsiberiano é sempre um dos momentos mais fortes desta aventura mítica que se escreve entre Moscovo e Pequim. Por várias razões, a primeira das quais é o ambiente depressivo e agressivo que circunda e inunda a estação, protagonizado pelas franjas sociais da cidade de Moscovo que parecem aqui encontrar uma excelente fonte de recolhimento e até de financiamento.
O alcoolismo continua a ser a maior praga social da cidade de Moscovo.As estações de comboio são sempre um lugar onde se deixa uma garrafa meia bebida, onde com a pressa, se deixa facilmente cair um rublo, onde há comida pelo chão. Por isso na estação de comboio de Moscovo encontramos seres humanos a quem a «vida» remeteu para estádios de inumanidade. Lembro-me do Inumano de François Lyotard...e jamais esquecerei um rosto com o qual me cruzei na estação de Moscovo, sugando uma sopa de uma imunda latrina, cujas formas lembravam um outro rosto que memorizei faz tempo nas páginas de um livro dedicado ao Holocausto.
A estação de comboio é assim um espaço pouco apetecível apesar das formas bem ordenadas que a arquitectura estalinista lhe projectou.
Entramos sermpre muito ansiosos...sabemos que para chegarmos às plataformas nos cruzaremos seguramente com várias centenas de pessoas, muitas delas, pouco recomendáveis o que nos causa sempre muita impaciência e alguma insegurança.
Depois de entrarmos no comboio é a vez da adaptação a um espaço colectivamente habitado, onde a partilha é a regra, o bem estar colectivo uma meta, e o equilibrio mental e físico uma absoluta necessidade.
O alcoolismo continua a ser a maior praga social da cidade de Moscovo.As estações de comboio são sempre um lugar onde se deixa uma garrafa meia bebida, onde com a pressa, se deixa facilmente cair um rublo, onde há comida pelo chão. Por isso na estação de comboio de Moscovo encontramos seres humanos a quem a «vida» remeteu para estádios de inumanidade. Lembro-me do Inumano de François Lyotard...e jamais esquecerei um rosto com o qual me cruzei na estação de Moscovo, sugando uma sopa de uma imunda latrina, cujas formas lembravam um outro rosto que memorizei faz tempo nas páginas de um livro dedicado ao Holocausto.
A estação de comboio é assim um espaço pouco apetecível apesar das formas bem ordenadas que a arquitectura estalinista lhe projectou.
Entramos sermpre muito ansiosos...sabemos que para chegarmos às plataformas nos cruzaremos seguramente com várias centenas de pessoas, muitas delas, pouco recomendáveis o que nos causa sempre muita impaciência e alguma insegurança.
Depois de entrarmos no comboio é a vez da adaptação a um espaço colectivamente habitado, onde a partilha é a regra, o bem estar colectivo uma meta, e o equilibrio mental e físico uma absoluta necessidade.
© Ana Paula Lemos