sexta-feira, setembro 07, 2007
Revisitação - Transmongoliano - Gobi - Mongólia
Lembro-me do vento quente, carregado de areia, a sufocar-nos nas cabines. Lembro-me do desconforto nas carruagens provocado pela poeira que nos cobria de uma fina película brilhante. Lembro-me dos ingleses, dos suecos, e dos russos correrem para a janela e gritarem nas suas linguas - o Gobi!!!
Correio - Transmongoliano
«...Parabéns pelo magnifico projecto e viagem que proporcionou e que a mim muito me enriqueceu sobre os mais diversos pontos de vista...».Jorge Rodrigues
quinta-feira, setembro 06, 2007
Curso Europa e Religiões
Vamos começar o Curso Europa e Religiões - 1 encontro dia 25 de Setembro às 18:30, anfiteatro III, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
quarta-feira, setembro 05, 2007
Transmongoliano - correio -
«...para agradecer vivamente a criação do projecto Europa Viva, lugar de lazer, de reflexão e sobretudo lugar de aprendizagem...Ainda baralhada com os ponteiros do relógio biológico mas lúcida suficiente para lhe transmitir a minha gratidão...»
Lurdes Fidalgo
terça-feira, setembro 04, 2007
Fim...Transmongoliano
Chegámos!!!
Há narrativas que não se conseguem dizer. Este projecto que a Europa Viva acaba de empreender, o transmongoliano, uma viagem pelos totalitarismos do século XX, uma imensa incursão pela Russia profunda, Mongólia e China, é justamemente uma narrativa indizivel. Não somos capazes de a dizer, escrever, porque todas as experiências profundas, não gostam de ser ditas. Geralmente só a poesia canta o indizivel. Eu não sou poeta. Por isso, permitam que recorra às nossas imagens para podermos contar o que vivemos durante 20 dias, dos quais, 8 dias foram inteiramente passados num comboio, 2 dias em Moscovo, 2 dias em Irkutsk, 2 dias em Ulaan Baator (Mongólia), 3 dias em Beijing e 4 dias em Shangai.
Gostava que soubessem que o transmongoliano é uma experiencia cultural verdadeiramente excepcional. Mas também é uma experiencia humana intensissima, onde experimentamos a inteligencia dos nossos corpos e das nossas almas pela imensa capacidade com que nos adaptamos a situações novas e pela facilidade com que apreendemos a gostar do que temos e a esquecer o que desejamos.
É do comboio que todos temos mais saudades. Lembro-me que ao 4º dia consecutivo de termos percorrido a Russia, sem nunca termos saido do comboio, quando chegámos à Sibéria, ao lago Baikal, todos nós desejámos sinceramente voltar à janela por onde nos habituámos a olhar o mundo.
Quando atravessámos o Gobi, pouco depois de termos deixado Ulaan Baator, e o vento seco infesta as nossas cabines e carruagens de uma poeira sufocante, entendemos que o comboio é um lugar mágico de experiencias, e que uma janela é um intensissimo lugar de liberdade.
Quando lentamente fomos chegando à China, e o comboio pára na plataforma da estação fronteira, e damos conta que lá fora somos recebidos pela formatura de dezenas de militares alinhados ao longo do comboio, ao som do hino chinês e de marchas revolucionárias, acreditamos que existem experiencias definitivamente marcantes nas nossas histórias pessoais, e que quanto maior for o nosso património cultural mais longe nos leva o previlégio de termos vivido a experiência.
Nós, de facto, vimos, ouvimos e lemos o mundo.
E vamos partilhar convosco essa leitura através da publicação de algumas das mais importantes imagens que fizeram a nossa viagem.
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