A Colecção Bouquins da Robert Lafont editou em 2000 um livro chamado Europes da autoria de Fabienne Durand-Bogaert e de Yves Hersant, uma antologia de textos críticos e comentados que reflectem a ideia de Europa da Antiguidade até ao século XX.
Se os agentes culturais e políticos conhecessem este livro, estou certa, teriam opinado acerca do não irlandês, sustentados noutro argumentário, talvez mais criativo intelectualmente e mais sério culturalmente, e não apenas debatendo ideias estafadas da politica vã, monocórdica e assustadoramente medíocre.
«Bien avant de devenir un grand marché, une communauté politique incertaine, une puissance diplomatique et militaire balbutiante, l’Europe a été une réalité culturelle et une idée régulatrice. Mais une réalité et une idée si riche, si contradictories, que les Européens d’aujourd’hui ont quelque peine à s’orienter dans une littérature qui les submerge…».
Sem comprometer a Direcção da Europa Viva a um texto de que a signatária é a única responsável, posso no entanto sustentar que uma das razões pelas quais nasceu a Europa Viva foi justamente para colocar no plano das suas actividades uma «outra» reflexão sobre a «coisa» europeia, independentemente do modo como lemos a construção do projecto politico consubstanciado na União.
Já é tempo de os europeus ouvirem falar da Europa cultural, da História europeia, da Música e da Geografia europeias. Se continuarmos a «vender» o projecto europeu apenas como o paradigma do mais perfeito «modelo social» alguma vez realizado pela ciência politica, ou como a metáfora do mercado forte, dentro de poucos anos nenhum cidadão europeu entre os 15 e os 40 anos, saberá discutir, analisar, reflectir ou comentar, a história do projecto europeu.
A geração que melhor o percebeu, na sua grande maioria, morreu. A guerra acabou há mais de sessenta anos, vivemos em liberdade, e uma grande parte dos cidadãos europeus só conhece o sistema democrático e regula a sua vida individual pelo critério da abastança.
Falta inventar a Europa Cultural. É aqui, neste conceito de Europa cultural, de tudo se joga. Espero que todos saibamos trabalhar em prol da implantação de uma agenda que confira dignidade à cultura como instrumento de coesão.
Se os agentes culturais e políticos conhecessem este livro, estou certa, teriam opinado acerca do não irlandês, sustentados noutro argumentário, talvez mais criativo intelectualmente e mais sério culturalmente, e não apenas debatendo ideias estafadas da politica vã, monocórdica e assustadoramente medíocre.
«Bien avant de devenir un grand marché, une communauté politique incertaine, une puissance diplomatique et militaire balbutiante, l’Europe a été une réalité culturelle et une idée régulatrice. Mais une réalité et une idée si riche, si contradictories, que les Européens d’aujourd’hui ont quelque peine à s’orienter dans une littérature qui les submerge…».
Sem comprometer a Direcção da Europa Viva a um texto de que a signatária é a única responsável, posso no entanto sustentar que uma das razões pelas quais nasceu a Europa Viva foi justamente para colocar no plano das suas actividades uma «outra» reflexão sobre a «coisa» europeia, independentemente do modo como lemos a construção do projecto politico consubstanciado na União.
Já é tempo de os europeus ouvirem falar da Europa cultural, da História europeia, da Música e da Geografia europeias. Se continuarmos a «vender» o projecto europeu apenas como o paradigma do mais perfeito «modelo social» alguma vez realizado pela ciência politica, ou como a metáfora do mercado forte, dentro de poucos anos nenhum cidadão europeu entre os 15 e os 40 anos, saberá discutir, analisar, reflectir ou comentar, a história do projecto europeu.
A geração que melhor o percebeu, na sua grande maioria, morreu. A guerra acabou há mais de sessenta anos, vivemos em liberdade, e uma grande parte dos cidadãos europeus só conhece o sistema democrático e regula a sua vida individual pelo critério da abastança.
Falta inventar a Europa Cultural. É aqui, neste conceito de Europa cultural, de tudo se joga. Espero que todos saibamos trabalhar em prol da implantação de uma agenda que confira dignidade à cultura como instrumento de coesão.
©Ana Paula Lemos