sábado, novembro 10, 2007

Criticos, Criativos e Cuidantes

Críticos, criativos, cuidantes

Já se disse acertadamente que educar não é encher uma vasilha vazia mas acender uma luz. Em outras palavras, educar é ensinar a pensar e não apenas ensinar a ter conhecimentos. Estes nascem do hábito de pensar com profundidade. Hoje em dia conhecemos muito mas pensamos pouco o que conhecemos. Aprender a pensar é decisivo para nos situar autonomamente no interior da sociedade do conhecimento e da informação. Caso contrário, seremos simples caudatários dela, condenados a repetir modelos e fórmulas que se superam rapidamente. Para pensar, de verdade, precisamos ser críticos, criativos e cuidantes.

Somos críticos quando situamos cada texto ou evento em seu contexto biográfico, social e histórico. Todo conhecimento envolve também interesses que criam ideologias que são formas de justificação e também de encobrimento. Ser crítico é tirar a máscara dos interesses excusos e trazer à tona conexões ocultas. A crítica boa é sempre também auto-crítica. Só assim se abre espaço para um conhecimento que melhor corresponde ao real sempre cambiante. Pensar criticamente é dar as boas razões para aquilo que queremos e também implica situar o ser humano e o mundo no quadro geral das coisas e do universo em evolução.

Somos criativos quando vamos além das fórmulas convencionais e inventamos maneiras surpreendentes de expressar a nós mesmos e de pronunciar o mundo; quando estabelecemos conexões novas, introduzimos diferenças sutis, identificamos potencialidades da realidade e propomos inovações e alternativas consistentes. Ser criativo é dar asas à imaginação "a louca da casa" que sonha com coisas ainda não ensaiadas mas sem esquecer a razão que nos segura ao chão e nos garante o sentido das mediações.

Somos cuidantes quando prestamos atenção aos valores que estão em jogo, atentos ao que realmente interessa e preocupados com o impacto que nossas idéias e ações podem causar nos outros. Somos cuidantes quando não nos contentamos apenas em classificar e analisar dados, mas quando discernimos atrás deles, pessoas, destinos e valores. Por isso, somos cuidantes quando distinguimos o que é urgente e o que não é, quando estabelecemos prioridades e aceitamos processos. Em outras palavras, ser cuidante é ser ético, pessoa que coloca o bem comum acima do bem particular, que se responsabiliza pela qualidade de vida social e ecológica e que dá valor à dimensão espiritual, importante para o sentido da vida e da morte.

A tradição iluminista de educação tem enfatizado muito a dimensão crítica e criativa e menos a cuidante. Esta é hoje urgente. Se não formos coletivamente cuidantes esvaziaremos a crítica e a criatividade e podemos pôr tudo a perder, o bem viver em sociedade com justiça mínima e paz necessária e as as condições da biosfera sem as quais não há vida. Albert Einstein despertou para a dimensão cuidante de todo saber quando Krishnamurti o interpelou: Em que medida, Sr. Einstein, a sua teoria da relatividade ajuda a minorar o sofrimento humano? Einstein, perplexo, guardou nobre silêncio. Mas mudou. A partir dai se comprometeu pela paz e contra as armas nucleares. Em todos os âmbitos da vida, precisamos de pessoas críticas, criativas e cuidantes. É condição para uma cidadania plena e para uma sociedade que sempre se renova. Tarefa da educação hoje é criar tal tipo de pessoas.

Leonardo Boff
(Texto enviado por Lurdes Fidalgo, doutora em Ciências Biomédicas no ICBAS da Universidade do Porto, investigadora nos dominios da educação e psicologia discursiva)

O Douro visto por Lurdes Fidalgo...Novembro 2007

sexta-feira, novembro 09, 2007

A Alma Russa e a Identidade Europeia, imagens para um texto de Sérgio Hipólito





Casa Tchaikovsky, Russia, Outubro de 2006

A Alma Russa e a Identidade Europeia, um texto de Sérgio Hipólito


A ALMA RUSSA E A IDENTIDADE EUROPEIA

O forte nacionalismo russo sempre tentou encobrir o que a mim não me deixa dúvidas: a cultura russa é parte integrante da identidade europeia, da mesma forma que não se pode compreender o país dos czares ignorando a sua “costela” europeísta. Nomes muito destacados, como Alexandr Pushkin, Pedro, o Grande, ou Leo Tolstoy, foram educados segundo paradigmas europeus (sobretudo franceses) e passaram períodos da sua vida a viajar por toda a Europa para melhor tomarem contacto com a arte, a literatura e a ciência que despontavam. Mas foram também russos como aqueles aqui referidos que nos deixaram obras tão incontornáveis como “Guerra e Paz”, ou que mandaram edificar a própria S. Petersburgo, talvez uma das mais belas cidades russas, mas certamente a mais europeia entre todas elas.
Recentemente, tomei contacto com outra figura que apenas consolidou a minha certeza sobre a forte presença de traços russos na alma europeia: Piotr Ilich Tchaikovsky. Não desejo entrar muito nos detalhes da sua vida, mas há um episódio que revela a dimensão da sua figura. Quando o nome de Tchaikovsky já era conhecido por toda a Europa, os defensores do tal espírito nacionalista russo, liderados por outro famoso compositor, Glinka, tentaram “agarrar” a criatividade de Tchaikovsky e pô-la ao serviço da criação de uma música puramente russa que se queria livre de qualquer tipo de influência estrangeira. Mas o espírito cosmopolita e (porque não dizê-lo, por mais que custe aos russos?) o espírito europeu de Tchaikovsky levaram-no a rejeitar esta proposta. Pelo contrário, o compositor continuou a insistir na notável fusão de sons que marca a sua obra, e que junta o melhor da música russa com as influências da mais erudita música clássica que se fazia no coração da Europa.
Ainda hoje, qualquer adolescente “embriagado” nos novos sons urbanos consegue reconhecer as mais famosas composições de Tchaikovsky, como “O Quebra-Nozes” ou mesmo “O Lago dos Cisnes”, da mesma forma que reconhece obras tão simbólicas como a 7ª Sinfonia de Mozart, ou a 9ª Sinfonia de Beethoven. E essa é a maior prova do profundo jogo de influências entre a “alma russa” e a identidade europeia. Por muito que o nacionalismo russo o tente negar.


Sérgio Hipólito
Mestrando de Estudos Europeus,
Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa
Estagiário na OIT em Lisboa

A Europa Viva como plataforma criativa...

Nascemos para construir «real» e para inscrever na história uma narrativa criativa. Não estaremos a cumprir a nossa missão se não nos posicionarmos como plataforma através da qual a massa criativa dos jovens portugueses possa expressar-se. Obviamente que o cumprimentos desta missão será tanto mais abrangente quanto maior for a nossa capacidade financeira para suportar mecanismos que ajudem a constuir esta plataforma, que por seu turno será tanto maior, quanto maior for a nossa capacidade de produzir «real».
Ao abrirmos o projecto Europa Viva aos mestrandos de Estudos Europeus da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, nesta fase preliminar da abertura da instituição ao mundo universitário, já que queremos chegar a outras Faculdades de outras Universidades, estamos a cumprir um dos nossos desígnios fundamentais: contribuir para a divulgação do pensamento dos jovens pensadores.
Trata-se pois de um momento muito importante do crescimento da nossa instituição que a Direcção não pode deixar de partilhar com a sua massa associativa e com todos os leitores do nosso blog.

Parceria Europa Viva - Licenciatura de Estudos Europeus

Os alunos de mestrado em Estudos Europeus da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa vão começar a ajudar a construir o nosso blog.
Até aqui fomos um blog meramente informativo, funcionámos apenas como «jornal» do projecto associativo e de todos os programas que compõem a nossa agenda cultural. Claro que vamos continuar a desempenhar preferencialmente esta vocação: isto é, a responder diáriamente, ás perguntas, quem somos? O que fazemos? Como? E com quem...
Só que a par da componente informativa, que constituirá como já se disse, o núcleo central do blog, vamos criar espaços de formação cultural ligados ás problemáticas das matrizes culturais europeias, da história da cultura europeia, do pensamento contemporãneo europeu, das instituições europeias, da cidadania europeia, enfim de um vasto conjunto de matérias, que os alunos e investigadores de estudos europeus estarão na primeira linha para os poder trabalhar.
Ainda este ano começaremos a colar os seus posts. Ser-vos-à oportunamente comunicada a ficha técnica dos novos colaboradores.

quinta-feira, novembro 08, 2007

Texto e fotografias de Lurdes Fidalgo...no Douro, Novembro 2007





Os cheiros. O cheiro a marmelos, a marmelada doce, a azeitonas verdes, a ervas que um vento suave alisava como se fossem cabelos... Mas também a falta de água. O Douro quase seco...

Texto e fotografias de Lurdes Fidalgo...no Douro, Novembro 2007




Trás-os-Montes... Os cheiros. O cheiro a marmelos, a marmelada doce, a azeitonas verdes, a ervas que um vento suave alisava como se fossem cabelos...

quarta-feira, novembro 07, 2007

Transmongoliano - Russia - Mongólia - China






Seminário Associativismo e Cultura Cívica

Vamos apresentar a nossa Associação e o nosso modelo associativo no seminário Associativismo e Cultura Civica dado ao mestrado de Estudos Europeus.
Dia 7, 18:15, Faculdade de Letras de Lisboa.

terça-feira, novembro 06, 2007

Declaração Universal dos Direitos do Homem - Artigo 3

Todo o indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.

Mongólia - Terelh National Park


segunda-feira, novembro 05, 2007

Nota - oficinas do mundo

Por motivos que se prendem com a gestão dos espaços disponíveis para as actividades da Europa Viva temos que alterar a data de inicio das Oficinas do Mundo prevista para 14 de Novembro com um encontro intitulado ver, ler e ouvir o mundo.
Estamos a pensar iniciar o projecto ainda em Dezembro caso a Junta de Freguesia da Penha de França dê o seu acordo em tempo oportuno.
Serão informados atempadamente sobre esta decisão.

Curso Europa e Religiões - Salas Módulo Cristianismo

Salas destinadas ao módulo do Cristianismo:

Dia 6 de Dezembro Sala 2.15 - Cristianismo

Dia 7 de Dezembro anfiteatro IV - Protestantismo

Dia 11 de Dezembro anfiteatro III - Ortodoxia

Dia 18 de Dezembro Sala 5/2 - Catolicismo

Calendário - Grandes Lições

Dia 5 de Dezembro - As tendencias da musica nas sociedades contemporâneas, Vitor Balenciano, antropólogo e jornalista

Dia 10 de Janeiro - O voluntariado, Hoje - APAV, CRUZ VERMELHA, BANCO ALIMENTAR

Dia 14 de Janeiro - Alterações Climáticas, somos responsáveis? Sandra Martinho, professora universitária, conferencista e fundadora da Evalue;

Dia 12 de Março - Enfrentar os desafios do futuro com inteligência [emocional], Aida Chamiça, especialista em Coaching e em Inteligência Emocional

Nota: As Grandes Lições têm lugar na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, às 18:00 em sala a anunciar.
Entrada livre

domingo, novembro 04, 2007

Europa Sénior

Lembram-se? Das palavras ao vento...na India...

Artigo 2 Declaração Universal dos Direitos do Homem

Todos os seres humanos podem invocar os direitos e as liberdades proclamados na presente Declaração, sem distinção alguma, nomeadamente de raça, de cor, de sexo, de língua, de religião, de opinião política ou outra, de origem nacional ou social, de fortuna, de nascimento ou de qualquer outra situação.

Além disso, não será feita nenhuma distinção fundada no estatuto político, jurídico ou internacional do país ou do território da naturalidade da pessoa, seja esse país ou território independente, sob tutela, autónomo ou sujeito a alguma limitação de soberania.
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