sábado, abril 19, 2008

Sícilia - Rota das Matrizes Culturais - Junho de 2008




O tema da Rota das Matrizes Culturais 2008 é o Teatro na Grécia Antiga.
A concepção temática e o respectivo itinerário foi da responsabilidade do Professor José Pedro Serra, sócio honrário da Europa Viva.
Não temos dúvidas nenhumas: este projecto, único, só é possível graças ao empenho, dedicação e amizade deste grande classissista e Prémio Pen 2007.



















Sabemos que é um momento importantissimo da Europa Viva, sobretudo, porque a organização temque ser capaz de acompanhar a dimensão intelectual do projecto.
Todos nós, associados e dirigentes da Europa Viva, estamos muitos gratos ao Professor José Pedro Serra por esta grande dávida.

A Rota das Matrizes percorre a Sícilia quase de uma ponta à outra. De Palermo ao Etna vamos «vaguear» pelos quilómetros que fizeram a História da Magna Grécia, levando debaixo do braço a Oresteia de Ésquilo. A tragédia é o ponto central e decisivo desta viagem que nos levará a assistir a dois espectáculos da Oresteia no Teatro de Siracusa.

«...a “cultura” põe a descoberto uma dor primeira, uma original mutilação ontológica, de onde nasce o sopro que a anima. Crescendo nós como a árvore que cresce olhando os céus, a arquitectura da nossa alma desenha-se a partir de um desejo de unidade e plenitude, de uma saudade, saudade do que pela sentida ausência se torna presente e nos move. Esta sede de Absoluto, cumprida ou em espera parcialmente saciada, incumprida ou tragicamente em exílio afirmada, modela gloriosamente, no sofrimento e na alegria, a nossa condição e desenha o amplo horizonte do nosso pensar, do nosso sentir, do nosso agir. Na Grécia, onde começámos a ser quem somos, a este “trabalho da cultura”, que era entendido como educação, como formação, chamava-se paideia e de um modo ou de outro a ela se vincula a mais luminosa pedagogia...»
Esta passagem foi retirada de um texto escrito e dito por José Pedro Serra no dia do lançamento da Europa Viva, no dia 12 de Janeiro de 2006 na Comissão Europeia, ainda nós, fundadores e associados, não tinhamos a certeza que saberíamos cumprir com eficácia os designios de contribuir para reflexão da cultura clássica na construção da História Europeia.









Economia e Cultura - Andy C.Pratt in A Urgência da Teoria

«Pensamos frequentemente na cultura e na economia como domínios distintos que não se devem conspurcar um ao outro. Na verdade, a meu ver, os dois conceitos estão inextrincavelmente ligados através da prática. Além disso, consideramos geralmente a economia e a cultura conceitos de alguma forma inalteráveis(...).
A minha tese é que a cultura, e particularmente a produção cultural - o fazer cultura -, se alterou nos últimos anos(...) Se aceitarmos este ponto de vista, então penso que temos de aceitar também outra consequência, ou antes um desafio: há que repensar a nossa relação com a cultura. Mais especificamente, aquilo que pretendo provar é que a nossa relação colectiva com a cultura - ou seja, o domínio da política pública - tem que mudar, não só se pretendemos relacionar-nos com a cultura tal como fazíamos até agora, mas sobretudo se quisermos explocar novos caminhos. Manter inalteradas as tendências do passado não é uma opcção viável.»
O Estado da Economia Cultural: O Crescimento da Economia e os Desafios da Definição de uma Política Cultural, Andy C. Pratt, pp 201, A Urgência da Teoria, Fundação Calouste Gulbenkian

sexta-feira, abril 18, 2008

Transmongoliano (China) - Textos de Apoio




O livro A Cultura Chinesa é uma boa síntese dos vários elementos com os quais vamos interagir em Pequim e Xangai.
La pensée en Chine aujoud'hui é um livro fantástico sobre os conceitos que influenciam a cultura chinesa contemporânea.

quinta-feira, abril 17, 2008

26 de Abril - Curso Europa e Religiões - Carmelo de Fátima

O que dizer desta visita ao Carmelo de Fátima, senão, que de facto é uma honra poder experienciar a fé num lugar onde a entrega e a radicalidade são palavras cheias de sentido...
Estamos a chegar ao fim do I Curso Europa e Religiões. Apenas nos restam mais dois módulos: este de 26 de Abril no Carmelo de Fátima e no dia 29 de Maio na Faculdade de Letras de Lisboa para ouvirmos o Professor Carlos João Correia falar da «Morte de Deus».
Em Outubro de 2008 começaremos o II Curso Europa e Religiões. Desta feita numa parceria com a Licenciatura de Ciências Religiosas e o Centro de Estudos Religiosos da Universidade Lusófona.
Este II Curso Europa e Religiões terá exactamente a mesma estutura do primeiro: dedicaremos dois módulos a cada religião (judaismo, cristianismo, hinduismo, islamismo, budismo) um teórico e outro prático, de três horas aproximadamente cada um que ocupará dois dias por mês, que podem ser a uma terça ou uma quinta-feira.
O Curso dura aproximadamente 6 meses.
Ao mesmo tempo vamos iniciar uma nova experiência ainda no âmbito do Curso Europa e Religiões: módulos de aprofundamento de cada religião.
Assim, cada religião terá quatro módulos de aprofundamento que serão de 2 horas cada um. Brevemente a Europa Viva anunciará os respectivos programas.

quarta-feira, abril 16, 2008

Transmongoliano 2008 - 1º encontro






Viajantes do Transmongoliano 2008:
encontro dia 18 de Abril, 19:00, sala 2.15, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

I Curso Europa e Religiões

Vamos terminar o I Curso Europa e Religiões com o seguinte calendário:

26 de Abril de 2008 - Módulo «experiência religiosa» visita ao Carmelo de Fátima;

29 de Maio de 2008, 18:30, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa - Conferência Profº Carlos João Correia - A Morte de Deus

terça-feira, abril 15, 2008

Peddy Papper - Os Cafés - 3 de Maio

No próximo dia 3 de Maio, a Europa Viva, sob a égide organizativa de Antónia Lemos e Helena Botelho, fará o seu I Peddy Papper subordinado ao tema: os cafés.
«A Europa é feita de cafetarias, de cafés. Estes vão da cafetaria preferida de Pessoa, em Lisboa, aos cafés de Odessa frequentados pelos gangsters de Isaac Babel. Vão dos cafés de Conpenhaga, onde Kierkegaard passava nos seus passeios concentrados, aos balcões de Palermo. Não há cafés antigos ou definidores em Moscovo, que é já um subúrbio da Ásia. Poucos em Inglaterra, após um breve período em que estiveram na moda, no século XVIII. Nenhuns na América do Norte, para lá do posto avançado galicano de Nova Orleãs. Desenhe-se o mapa das cafetarias e obter-se-á um dos marcadores essenciais da "ideia de Europa".»
In A Ideia de Europa, George Steiner, pp 26
Os associados, familiares e amigos que quiserem participar nesta iniciativa devem comunicar à organização o mais cedo possível.

segunda-feira, abril 14, 2008

O tempo da imagem do mundo


«Estes novos empresários das nações-piloto da expansão europeia já não estão radicados numa terra mãe; já não se embalam nas suas vozes e aromas; já não obedecem aos seus pontos de refência históricos e aos seus polos de atracção. Esqueceram-se do que eram as suas fontes encantadas, do que significavam as igrejas de peregrinação e os lugares de poder e das maldições que residiam nos becos sombrios. Para eles, a poética do espaço natal já não é determinante. Já não vivem para sempre no espaço em que nasceram (...). Doravante o seu lugar é o mapa, em cujos pontos e linhas passam a estar localizados em absoluto. Ele é o papel pintado rico em informações, o mappamundo, que lhes diz onde se encontram. O mapa da Terra absorve as terras, a imagem da bola terrestre faz com que, para o pensamento que figura o espaço, gradualmente se desvaneçam as extensões reais.»


Peter Sloterdijk, Palácio de Cristal, pp 36, Relógio D'Água


©Foto Helena Botelho 2008

domingo, abril 13, 2008

A Revolução da Riqueza - Como será criada e como alterá as nossas vidas


Os «Troffler» (Alvin e Heidi Toffler) habituaram-nos a prognósticos económicos e socias sobre a contemporaneidade sempre realistas apesar dos seus conteúdos consubstanciarem análises vanguardistas e até revolucionárias .

Por isso, convem lê-los atentamente mesmo que as suas reflexões configurem quadros de uma radicalidade quase futurista. Os livros A Terceira Vaga e Choque do Futuro exemplificam muito bem o que acabámos de dizer relativamente ao trabalho que produzem e publicam. Desta vez, o casal Alvin e Heidi Toffler brinda-nos com uma análise dos grandes «processos de transformação económicos, sociais, politicos e culturais».

A este diagnóstico chamaram a A Revolução da Riqueza, um livro publicado pela Actual Editora, já em 2º edição, onde encontramos alguns «recados» que vale a pena reflectir:

«Os novos sistemas de riqueza não surgem frequentemente e não viajam sozinhos. Cada um deles traz consigo uma nova forma de vida, uma civilização. Não apenas novas estruturas de negócio, mas também novos formatos familiares; novos tipos de música e arte; novidades gastronómicas, modas e padrões de beleza física; novos valores; e novas atitudes em relação à religião e à liberdade individual - todos eles interagem entre si e moldam o novo e emergente sistema de riqueza».


A Europa Viva, nasceu para produzir «real» numa sociedade caracterizada pela inação, pelo conformismo e pelo subsidiodependentismo.

Não seria útil criarmos programas para apoiarmos as novas gerações a perceberem que a economia da cultura (do conhecimento) é uma excelente possibilidade de enfrentar a recessão e de constituição do próprio emprego?



©Ana Paula Lemos


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