sexta-feira, maio 23, 2008
A propósito da Viagem à Sicília...Com Goethe pela Itália...Palermo
Palermo, quinta-feira, 5 de Abril de 1787
«Andámos a ver mais de perto a cidade. A arquitectura é muito semelhante à de Nápoles, mas os monumentos públicos, por exemplo, as fontes, estão ainda mais longe do bom gosto. Aqui não há, como em Roma, um espírito artístico a controlar o trabalho; é o caso que dá forma e existência às construções. Há uma fonte que todo o povo da Ilha admira e que dificilmente teria nascido se não existisse na Sicília mármore bonito e de belas cores, e se o escultor que a fez, habituado ás formas animais, não fosse favorecido pelos governantes. Não é fácil descrever esta fonte. No meio de uma praça média ergue-se uma obra arquitectónica redonda, que não chega a altura de um andar, pedestral, paredes e cornija em mármore colorido; nas paredes há uma linha de nichos dos quais saem, em mármore branco e com pescoços compridos, toda a espécie de cabeças de animais: cavalo, leão, camelo, elefante, vão alterando, e dificilmente se esperaria encontrar por trás deste circo uma fonte, à qual se tem acesso dos quatro lados através de aberturas com escadas de mármore, para se ir buscar a água que corre em abundância.
Coisa se passa com as igrejas, onde o amor da pompa jesuíta foi ultrapassado, mas não por princípio e intenção, antes ao acaso, consoante o que o artífice, entalhador, dourador, polidor e canteiro, resolveu aplicar, sem gosto nem orientação, em determinado lugar.»
«Andámos a ver mais de perto a cidade. A arquitectura é muito semelhante à de Nápoles, mas os monumentos públicos, por exemplo, as fontes, estão ainda mais longe do bom gosto. Aqui não há, como em Roma, um espírito artístico a controlar o trabalho; é o caso que dá forma e existência às construções. Há uma fonte que todo o povo da Ilha admira e que dificilmente teria nascido se não existisse na Sicília mármore bonito e de belas cores, e se o escultor que a fez, habituado ás formas animais, não fosse favorecido pelos governantes. Não é fácil descrever esta fonte. No meio de uma praça média ergue-se uma obra arquitectónica redonda, que não chega a altura de um andar, pedestral, paredes e cornija em mármore colorido; nas paredes há uma linha de nichos dos quais saem, em mármore branco e com pescoços compridos, toda a espécie de cabeças de animais: cavalo, leão, camelo, elefante, vão alterando, e dificilmente se esperaria encontrar por trás deste circo uma fonte, à qual se tem acesso dos quatro lados através de aberturas com escadas de mármore, para se ir buscar a água que corre em abundância.
Coisa se passa com as igrejas, onde o amor da pompa jesuíta foi ultrapassado, mas não por princípio e intenção, antes ao acaso, consoante o que o artífice, entalhador, dourador, polidor e canteiro, resolveu aplicar, sem gosto nem orientação, em determinado lugar.»
Goethe, Viagem a Itália, volume seis Obras Escolhidas, Relógio D'Água
quinta-feira, maio 22, 2008
Com Goethe pela Itália....
Como todos os grandes intelectuais do seu tempo, Goethe também viajou pela Itália. Nas Obras Escolhidas de Goethe a Relógio D' Água publicou no volume seis, a Viagem a Itália.
Trata-se de um relato que nos acompanhará pelos locais que os viajantes da Europa Viva vão percorrer em Junho próximo na Sicília: exactamente os mesmos lugares que Goethe palmilhou no século XVIII com notáveis apreciações que muito nos ajudarão a olhá-los, senão de maneira diferente, pelo menos com outra atenção.
Assim, publicaremos alguns textos de Goethe sobre os lugares por onde também vamos passar na nossa viagem à Sicília.
Começamos por Palermo.
Palermo, 3 de Abril de 1787
«Esta carta deveria, na medida do possível, fazer-vos participar de um dos mais belos prazeres: deveria conter a descrição desta baía incomparável e da sua enorme massa de água. Estende-se do lado nascente, onde montes mais baixos descem até ao mar, passando por muitos rochedos irregulares mas de bom aspecto, cobertos de floresta, até ás casas de pescadores dos arrabeldes, continuando depois pela própria cidade, cujas casas deste ladoestão todas voltadas para o porto, como acontece com o nosso alojamento, e até á porta por onde entrámos.
Depois, prolonga-se para poente, passando pelo ancoradouro onde acostam os barcos mais pequenos, até ao porto própriamente dito, no molhe, que acolhe os navios de maior porte. Aí ergue-se o poente, para proteger todas as embarcações , o Monte Pellegrino nas suas belas formas, depois de ter deixado entre si e na terra interior um ameno e fértil vale que se estende até à ponta do mar.»
quarta-feira, maio 21, 2008
segunda-feira, maio 19, 2008
Conferências Europa Viva
Dia 30 de Maio - 19:00, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, sala 2.15. O Teatro na Grécia Antiga (Viagem Sicíllia) - Prof. Dr. José Pedro Serra
(Só aberta aos associados Europa Viva)
Dia 4 de Junho - 18:30, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Anfiteatro IV,
«A Ideia da Morte de Deus na Cultura Ocidental», Prof. Dr. Carlos João Correia - Conferência de encerramento do I Curso Europa e Religiões;
(Entrada Livre)
Dia 26 de Junho - 21:00, Espaço Europa Viva, «A Rússia no contexto geopolitico da actualidade», Jornalista José Milhazes;
(Só aberta aos associados Europa Viva)
Dia 10 de Julho - 21:00, Espaço Europa Viva «... da Cultura Chinesa», Wang Suoying, Professora de cultura chinesa do Centro de Cultura e Lingua Chinesa
(Só aberta aos associados Europa Viva)
Curso de Cultura Musical - Ópera, o Tempo e o Mundo
Recomeça no dia 20 de Maio o Curso Ópera, O tempo e o Mundo.
Às 19:00 no espaço Europa Viva.
Às 19:00 no espaço Europa Viva.
domingo, maio 18, 2008
Cultura Clássica
Estamos todos prontos para viajar até à Sicília onde ouviremos José Pedro Serra, professor de cultura clássica da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, a falar sobre O Teatro na Grécia Antiga.
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