Ainda a Europa Viva era o preâmbulo de uma «obra» que podia acontecer e já Tiago Salazar ouvia as «vozes» que assolavam, tementes, os tempos fundacionais do projecto. A nossa legitimidade como ideia passou-lhe sempre pelas mãos e entre as suas mãos, alguns dos projectos mais importantes, foram concebidos, planeados, estruturados, discutidos e, mesmo, legitimados. Lembro-me do Ciclo de Conferências As Viagens na Minha Terra na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, do Transmongoliano trilhado pelas suas mãos no Centro de Arte Moderna, lembro-lhe da viagem à Índia e dos seus textos, e do texto do seu livro Rotas de Sonho, onde o Sikkim (lugar mágico do tempo) se eleva a figura narrada pelo poeta, lembro-me, enfim, da Casa de Tagore em Calcutá que legitimou o nosso olhar sobre as Viagens, sobre Literatura de Viagens, sobre a Vida.
Tiago Salazar é jornalista, é um homem de cultura, é escritor, mas é também um construtor de uma ideia sobre viajar, de uma ideia sobre a narrativa de viagens, de uma ideia sobre a poética do viajar que vai moldando a sua mão, originando Rotas de Sonho escritas a partir, sempre, de um ponto de vista literário.
E é justamente aqui que se cruzam os caminhos de Tiago Salazar e da Europa Viva originado um projecto cultural que ambos vão iniciar numa parceria estreita, já em 2011, através da materialização de programas de viagens, encontros, colóquios, seminários, cursos, que nos levarão a uma leitura do mundo e da vida consonante o conceito de mobilidade tão trabalhado pela filosofia contemporânea.
Em Janeiro de 2011 publicaremos o calendário das actividades que legitimam a nossa parceria mas deixamos aqui uma noticia: a viagem à Roménia e Moldávia será feita com o enquadramento cultural de Tiago Salazar.