No oriente, nomeadamente aqui em Pequim, a vida é mais autêntica. As pessoas utilizam os espaços públicos, jardins, monumentos, para entretenimento. No Ocidente, quando queremos fazer exercicio fisico, vamos para um ginásio. Se queremos dançar, procuramos espaços fechados organizados apenas para esses fins. Aqui a Oriente, na China, faz-se exercicio fisico e mental em monumentos de primeira referência nacional, como é o actual Centrod e Artes de Pequim e também se dança no jardim. Os espaços públicos são pensados para usufruto do cidadão.
Ao fim do dia os cidadãos de Beijing saem à rua, dão longas caminhadas pela cidade, brincam com os filhos nas ruas, nos espaços verdes, e gostam de estar nas suas praças. Vivem as suas praças. Lêem, comem, jogam, tiram fotos, e passeiam-se nas suas longas praças.
Claro que a cultura chinesa, marcada pelo confucionismo, ensina os seres a coabitarem plenamente com a natureza interagindo com ela numa relação sacra. Mas quanto a mim, o tipo de vida que os chineses souberam construir, sobretudo neste último século radica mais no facto de serem uma sociedade economicamente austera do que noutro tipo de razão culturalmente profunda.
Ainda hoje os chineses não compram a crédito e mesmo os mais novos, já muito influenciados pela cultura ocidental, têm dificuldade em olhar a organização social e economica do ocidente como a mais conforme com a honra humana.
É uma desonra comprar a crédito na China.
© Ana Paula Lemos