Tenho passado as noites quentes de Beijing a aprender a estar plenamente num espaço público tal como fazem os chineses.
Já estive num baile de jardim. Vi dançar com tanta perfeição que começei a questionar o modo como nós no Ocidente estamos a importar manifestações de entretenimento tão naturais e tão autenticas e somos capazes de as transformar em pesados cargos mensais, sem rectualizarmos manifestações simples, autenticas e muito economicamente muito baratas.
O cubo, a Piscina Olimpica, é por si só uma peça de arte contemporânea. O cubo de gelo vive da côr, por isso, é de noite que tiramos o maior partido deste monumento consagrado à água. Muitas dezenas de matizes coloridas são emanadas do cubo. Se a cor fundamental é o azul, dezenas de outras, como o rosa velho, o verde, o encarnado, o violeta, (..) preenchem um festival de luz que basta para espreitarmos o estádio Ninho de Passáro, esse sim, perdido na noite, envolto numa neblina diurna e nocturna constantes.
© Ana Paula Lemos