O que está subjacente a uma viagem como o Transmongoliano é a possibilidade que a maior linha férrea do mundo oferece ao ser humano de poder «coabitar» com a imensa diversidade dos rostos humanos, com as diferentes culturas, comportamentos, pensamentos, sentimentos, (...).
Por outro lado, permite-nos também penetrar no mais profundo da alma humana, e conhecermos os territórios longe das ilhas urbanas de cada país.
Os comboios que os viajantes da Europa Viva apanham para percorrer esta parte do mundo são transportes normais de pessoas e mercadorias. E traduzem, de facto, a importancia diversa que esta linha férrea tem para cada deles, embora, todos os países envolvidos nesta «estrada de carris» dependam muito deste transporte.
O comboio russo, o Baikal, é um excelente comboio. Geralmente dispõe de tripulações eficientes e muito bem preparadas. Muito profissionais. É uma máquina tecnologicamente moderna.
O comboio mongol é infinitamente mais pobre. Mas a tripulação é muito mais simpática que a russa. Basta lembrar que o comboio mongól é o único que não dispõe de restaurante. A máquina é potente mas a infra-estrutura mais antiga.
O comboio chinês é igualmente pobre e sofre do pior dos defeitos: a possibilidade de enfrentarmos o conhecido over booking chinês e sem mais a tripulação impedir-nos de continuar viagem.