sexta-feira, agosto 08, 2008

2008.08.08...

Ao contrário do que acontecia na China áquela hora, onde o ambiente era de alegria, alguma confusão e sobretudo de orgulho na obra conseguida, o território chinês em Lisboa (a Embaixada da China à Lapa) estava muito calmo e tranquilo.
Estávamos ansiosos: fomos levantar os nossos passaportes mas queriamos chegar a casa a horas de assistir à abertura dos Jogos Olimpicos.
O ano passado, em Agosto, estávamos na China. Foi o 1º Transmongoliano realizado pela Europa Viva. Nessa altura, a aldeia olimpica estava práticamente concluída. Já estavam na fase de ajardinar os exteriores. As vias principais que circundam a Aldeia Olimpica também estavam prontas, Pequim já nessa altura era uma cidade olimpica. Lembro-me o espanto que foi. Da arquitectura mais importante levantada na capital nos últimos três anos, faltava apenas unir as duas torres do edificio da Televisão chinesa. O resto estava pronto para receber o grande dia, justamente o dia de hoje, 2008.08.08.
Sentia-se que nessa altura tudo já era ensaio, laboratório experimental, pedagogia. O pessoal dos hoteis adaptavam a teoria à prática e com os turistas que invadiram a China em 2007 iam «treinando» a hospitalidade e a ocidentalização dos costumes, sobretudo, ao nível gastronómico.
A China é um país imenso onde a palavra organização, eficiência, sistematização, está colada ao géne da sobrevivência do cidadão chinês.
Claro que há muitas chinas. Quando o comboio atravessa a fronteira mongol-chinesa e entramos neste país belo e imenso percebemos claramente a múltiplicidade de dissonâncias. Há a China do norte e do sul, do este e do oeste, das cidades e do campo, do interior e do litoral.
Mas há algo que apesar de tudo é comum a toda a China desde que começamos a percorrê-la de norte para sul: uma tenaz vontade de todos os chineses em fazer da China um país charneira do século XXI.
E para isso, os Jogos Olimpicos foram a grande plataforma de mobilização e união. Como dizia o professor Carlos Gaspar a China já é o principal parceiro dos EUA. E desta relação sairá o futuro geopolitico do mundo nos próximos 20 a 30 anos.
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