quinta-feira, junho 12, 2008

Finalmente a Oresteia


Siracusa – finalmente a Oresteia


O dia esteve centrado na Oresteia de Ésquilo. E de facto o grupo girava em torno desse grande acontecimento que iriamos assistir, aqui em Siracusa, no Teatro Grego.
Todas as ruas principais de Siracusa lembram o Festival de Teatro Antigo, que decorre aqui entre 8 e 22 de Junho, este ano sob o signo de Oresteia. Desde 1924 que é assim, não admira pois, que venham assistir à peça em primeiro lugar os italianos, depois muitos estrangeiros (claro que nos cruzámos com inumeros portugueses) e claro a elite dos membros da cultura clássica, como investigadores e professores universitários de todo o mundo.
Não sendo uma manifestação de cultura popular, o Festival de Teatro Antigo faz parte integrante da cultura siciliana e especialmente dos habitantes de Siracusa que trazem as suas longas famílias ao Teatro Grego.
Seria fastidioso comentar-vos a peça, mas não quero deixar de vos dizer que de facto se tratou de mais um momento extraordinário deste programa deseignado por nós de O Teatro na Grécia Antiga.
Mais do que saber o que cada um de nós pensa sobre a performance dos actores, ou a qualidade do cenário, ou do coro, ou ainda dos músicos, obviamente que ninguém terá dúvidas acerca da qualidade de todos estes intervenientes, o que de facto faz do Teatro um momento ímpar da cultura do espírito, são todas as valências que podemos experenciar num programa desta natureza.
O lugar: lindissimo, mesmo junto ao mar. O anfiteatro que nos acolhe: não nos esqueçamos que as pedras onde nos sentámos têm mais de 2 500 anos. E a história...a História deste lugar...a magia de pensarmos que ali, ali mesmo, os gregos, há 25 séculos discutiam a polis, os problemas da polis, as questões da vida e da morte, o destino dos heróis, enfim, a vida, através de uma intensa participação cívica, de cidadania profunda, de cosmovidência .
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