A Relógio D'Água Editores está lentamente a editar algumas das obras mais importantes de dois dos maiores pensadores europeus da actualidade: Peter Sloterdijk e Slavoj Zizek.
Um e outro pensam a «Europa» segundo um paradigma absolutamente novo: constroem um pensamento performativo em torno da actualidade politica, social e antropológica, fazendo coabitar cinema e psicanálise mais filosofia pura no caso de Zizek e, neuro filosofia com antropologia, no caso de Peter Sloterdijk, este mais empenhado em edificar um edificio filosófico novo e alternativo ao paradigma vigente.
De um e de outro vamos citar algumas passagens que nos ajudam a pensar o Mundo e a Europa segundo novas abordagens:
Regresso à Terra - capítulo 3 do livro Palácio de Cristal, Para uma Teoria Filosófica da Globalização, Peter Sloterdijk, Antropos, Relógio d'Água
« Consequentemente, na época moderna, não é aos metafísicos, mas aos geógrafos e descobridores que cabe a tarefa de desenhar a nova imagem do mundo; a sua missão consiste em apresentar em imagem a última bola. Futuramente, para a humanidade descascada das suas protecções, de entre todos os grandes corpos redondos só o seu próprio planeta ainda significa alguma coisa. Os circum-navegadores, os catógrafos, os conquistadores, os mercadores internacionais, e inclusivé os missionários cristãos e os seus seguidores, cooperantes para o desenvolvimento, que exportam a boa vontade, e turistas, que desembolsam dinheiro em troca de experiências de teatros longínquos - todos eles se comportam como se tivessem percebido que a Terra era precisamente aquilo que, após a detruição do céu, assumira a sua função como última abóboda...»
A felicidade depois do 11 de Setembro, Bem-Vindo ao Deserto do Real, capítulo 3, pag; 83, Slavoj Zizek, Relógio D'Água
«Este frágil equilíbrio foi rompido. Pelo quê? Pelo desejo, precisamente. O desejo foi a força que obrigou as pessoas a irem mais longe, para chegarem a um sistema no qual a grande maioria é definitivamente menos feliz».
©Ana Paula Lemos