2. E o depois
A conversa entre nós iniciou-se justamente com um retrato sucinto sobre a História do Carmelo e a sua espiritualidade.
E de facto não é nada fácil falar sobre uma história e espiritualidade que contrariam absolutamente a génese que informa do mundo em que vivemos.
No Carmelo nunca se conjuga o verbo TER. A primeira operação mental que uma carmelita faz, ainda no mundo, é substituir a palavra TER pela palavra SER.
Uma carmelita é. A não ser Deus, uma carmelita nada tem.
Uma carmelita é:
-Uma pessoa que se dispôs a viver uma entrega completa a Deus, num espaço físico, emocional e mental concebido para que esta realização se faça num silêncio total;
- É uma pessoa que crê profundamente no valor da oração;
- É uma pessoa que acredita que a sua entrega a Deus é um gesto de oblação pelos irmãos;
- É uma pessoa que aceitou fazer da sua vida uma OBRA-PRIMA;
Uma carmelita vive profundamente o silêncio na comunidade e na cela. Deus, as irmãs, e todos nós, somos os seus grandes companheiros. Uma carmelita sabe sempre tudo, está sempre a par de tudo, conhece todos os grandes problemas do mundo.
Afinal, o que faz uma carmelita de tão importante senão rezar? Nada, nada, nada de mais importante senão rezar. Nem quer fazer. De resto o seu dia é ocupado na limpeza da sua casa, que é o Convento, no «fabrico» de paramentos, de hóstias, terços, e pequenas outras realizações. Um Convento vive do que produz, das reformas das irmãs - as carmelitas pagam impostos e descontam para a segurança social - e, claro, dos seus benfeitores.
Uma carmelita reza uma média de 5 horas por dia, dorme 6 a 7 horas, descansa 2 a 3 horas por dia e dispõe de uma média de 2 a 3 horas para comer e para a sua higiene pessoal.
Uma carmelita não anseia outra coisa senão viver, morrer e ser sepultada no Convento onde professou a sua fé.
E do Convento só saí para cumprir com os seus deveres de cidadania, como o voto, para ir ao médico, ou para acompanhar os seus pais em caso de doença, se estes não tiverem mais ninguém para os acompanhar.
Nunca conheci ninguém na minha vida tão alegre e feliz como uma carmelita.
©Ana Paula Lemos
A conversa entre nós iniciou-se justamente com um retrato sucinto sobre a História do Carmelo e a sua espiritualidade.
E de facto não é nada fácil falar sobre uma história e espiritualidade que contrariam absolutamente a génese que informa do mundo em que vivemos.
No Carmelo nunca se conjuga o verbo TER. A primeira operação mental que uma carmelita faz, ainda no mundo, é substituir a palavra TER pela palavra SER.
Uma carmelita é. A não ser Deus, uma carmelita nada tem.
Uma carmelita é:
-Uma pessoa que se dispôs a viver uma entrega completa a Deus, num espaço físico, emocional e mental concebido para que esta realização se faça num silêncio total;
- É uma pessoa que crê profundamente no valor da oração;
- É uma pessoa que acredita que a sua entrega a Deus é um gesto de oblação pelos irmãos;
- É uma pessoa que aceitou fazer da sua vida uma OBRA-PRIMA;
Uma carmelita vive profundamente o silêncio na comunidade e na cela. Deus, as irmãs, e todos nós, somos os seus grandes companheiros. Uma carmelita sabe sempre tudo, está sempre a par de tudo, conhece todos os grandes problemas do mundo.
Afinal, o que faz uma carmelita de tão importante senão rezar? Nada, nada, nada de mais importante senão rezar. Nem quer fazer. De resto o seu dia é ocupado na limpeza da sua casa, que é o Convento, no «fabrico» de paramentos, de hóstias, terços, e pequenas outras realizações. Um Convento vive do que produz, das reformas das irmãs - as carmelitas pagam impostos e descontam para a segurança social - e, claro, dos seus benfeitores.
Uma carmelita reza uma média de 5 horas por dia, dorme 6 a 7 horas, descansa 2 a 3 horas por dia e dispõe de uma média de 2 a 3 horas para comer e para a sua higiene pessoal.
Uma carmelita não anseia outra coisa senão viver, morrer e ser sepultada no Convento onde professou a sua fé.
E do Convento só saí para cumprir com os seus deveres de cidadania, como o voto, para ir ao médico, ou para acompanhar os seus pais em caso de doença, se estes não tiverem mais ninguém para os acompanhar.
Nunca conheci ninguém na minha vida tão alegre e feliz como uma carmelita.
©Ana Paula Lemos