domingo, outubro 14, 2007

O nosso primeiro encontro pós comboio...

Da memória, fomos «sacando» as imagens que a cada um marcou indelevelmente a vida. Gostámos todos de revisitar pedaços da vida que só fazem sentido se o fizermos juntos, porque juntos, não temos que contar o pormenor, não, quando estamos juntos acentuamos as exclamações, e conjugamos verbos passados mas presente, intensamente presentes, quase sem sujeitos, não precisamos de enunciar o eu, o tu ou o ele, nem o nós, porque todos conhecemos o texto e o contexto, sem complementos, sim, a cada um basta dizer:
lembram-se ?
E todos nos lembramos do comboio, sempre do comboio, cada vez mais do comboio, mas também da Mongólia, e da China...alguns lembram a Russia, mas a Russia está parada, só Moscovo ressuscita do coma profundo que foi a memória do século XX, de resto, a Sibéria continua a eternizar o fantasma do tempo sem futuro, mas a Mongólia não, a Mongólia é bela, e a China mostra vontade de pertencer ao mundo potência, prepotência...

lembram-se da nossa chegada á China?

Dos apitos revolucionários, da entrada num beco sem saida, das amarras, da noite, do frio e do vento?

Para nós, viajantes do transmongoliano, isto basta para que a narrativa se torne vida...

E lembram-se?
Sim, lembramo-nos de tudo, e foi isso mesmo que fomos dizer uns aos outros, na Quinta das Lágrimas...

Lembram-se?
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