O que pensam os associados da Europa Viva acerca da importância deste projecto - da Comunidade de Leitores de Português no Mundo - é assunto para debate interno nos próximos tempos.
Posso dizer-vos, porém, o seguinte: pela primeira vez realizou-se na Rússia, em Moscovo e S. Peterburgo, uma comunidade de leitores de português que reuniu russos e portugueses para, juntos, dizerem e ouvirem palavras ditas em português, a partir da obra de um dos maiores escritores da mais jovem literatura portuguesa - Gonçalo M. Tavares.
E de facto, nem nós, autores e promotores desta iniciativa, estávamos capazes de entender o sentido desta Comunidade até conhecermos os rostos de algumas dezenas de jovens que conhecem tão intimamente a nossa lingua e cultura que inevitavelmente nos colocaram questões decisivas para a missão associativa.
Como dizia o Gonçalo M. Tavares, na abertura da Comunidade em Moscovo, para se realizar obra precisamos apenas do 1. Depois virá o 2, o 3 e assim sucessivamente, até sermos 1 000, 1 000 000 e mesmo 1 000 000 000.
Para quem, como eu, sente a complexidade do momento politico, economico, e cultural português e sabe que não se adivinham tempos fáceis para uma Associação Cultural que vive apenas da quotização dos seus associados e da venda dos seus projectos junto da sociedade civil, interrroga-se, se de facto, teremos nós, Europa Viva, alguma razão especial para nos envolvermos nesta guerra diária pela divulgação da nossa lingua no mundo - ?
Acontece, no entanto, que esta guerra aparentemente muito onerosa, depende às vezes, de pequenos gestos, como por exemplo, o envio de livros escritos em português para os paises com comunidades de leitores de português organizadas, através da mala diplomática, correspondência epistolares com os alunos, encontros de turisticas portugueses com os aprendizes da lingua nos respectiovos paises, etc, etc, (...).
Tudo isto está ao alcance da Europa Viva...
Vamos começar, pois, por mandar a estes alunos, os livros que sobraram da nossa Feira do Livro.