Eis o nosso primeiro clássico! “Oliver Twist” é um dos romances mais conhecidos deste escritor inglês do século XIX e é também uma das obras que mais adaptações ao cinema conheceu, desde 1906 na versão de J. Stuart Blackton até 2005 na versão de Roman Polanski, passando por inúmeras séries e mini séries televisivas.
Há algo na história trágica do pequeno Oliver que convoca os afectos e o olhar, que cativa e que não deixa ninguém indiferente. Este órfão esfomeado vive aprisionado num asilo. É vendido como criado a um cangalheiro, onde tem de dividir a comida com o cão e onde dorme na oficina com os caixões. Foge em direcção a uma Londres anónima, desfigurada pelo fumo e pela sujidade. Palmilha ruas e pontes até cair nas mãos de um grupo de ladrões liderado pelo temível Fagin, protótipo da avareza e da ganância, o qual passa a integrar e do qual não pode fugir….
Desde a publicação inicial em fascículos, “Oliver Twist” é um sucesso de popularidade, fruto dessa arte de entrelaçar personagens e situações em que Charles Dickens é mestre. Identificamo-nos com a ironia fina dos diálogos, com a denúncia dos soberbos, dos mesquinhos e interesseiros. Deixamo-nos levar pelo entusiasmo sincero na fraterna defesa dos mais pobres e desprotegidos, como as crianças e as mulheres. É que o escritor soube retratar a sua época, a revolução industrial e as convulsões sociais que provocou, uma Inglaterra vitoriana cheia de contrastes escandalosos entre os que tudo tinham e os que a nada podiam aspirar, um mundo de profundas injustiças sociais.
E que acrescenta David Lean a tudo isto? Muito. Muitas vezes sem palavras! Todo o seu filme é uma profunda homenagem ao livro e as suas opções estéticas, a sua escolha de actores, tudo nos transporta para a época e nos faz viver as emoções de Oliver. Aliando a tradição do realismo social inglês com o expressionismo alemão anterior à Grande Guerra, com uma fotografia a preto e branco muito contrastada e enquadramentos que sublinham os traços de carácter dos personagens e as suas emoções, este é sem dúvida um filme extraordinário.”
Há algo na história trágica do pequeno Oliver que convoca os afectos e o olhar, que cativa e que não deixa ninguém indiferente. Este órfão esfomeado vive aprisionado num asilo. É vendido como criado a um cangalheiro, onde tem de dividir a comida com o cão e onde dorme na oficina com os caixões. Foge em direcção a uma Londres anónima, desfigurada pelo fumo e pela sujidade. Palmilha ruas e pontes até cair nas mãos de um grupo de ladrões liderado pelo temível Fagin, protótipo da avareza e da ganância, o qual passa a integrar e do qual não pode fugir….
Desde a publicação inicial em fascículos, “Oliver Twist” é um sucesso de popularidade, fruto dessa arte de entrelaçar personagens e situações em que Charles Dickens é mestre. Identificamo-nos com a ironia fina dos diálogos, com a denúncia dos soberbos, dos mesquinhos e interesseiros. Deixamo-nos levar pelo entusiasmo sincero na fraterna defesa dos mais pobres e desprotegidos, como as crianças e as mulheres. É que o escritor soube retratar a sua época, a revolução industrial e as convulsões sociais que provocou, uma Inglaterra vitoriana cheia de contrastes escandalosos entre os que tudo tinham e os que a nada podiam aspirar, um mundo de profundas injustiças sociais.
E que acrescenta David Lean a tudo isto? Muito. Muitas vezes sem palavras! Todo o seu filme é uma profunda homenagem ao livro e as suas opções estéticas, a sua escolha de actores, tudo nos transporta para a época e nos faz viver as emoções de Oliver. Aliando a tradição do realismo social inglês com o expressionismo alemão anterior à Grande Guerra, com uma fotografia a preto e branco muito contrastada e enquadramentos que sublinham os traços de carácter dos personagens e as suas emoções, este é sem dúvida um filme extraordinário.”
Maria Alexandra Campos