Continuamos a percorrer a Sibéria. Estamos mais habitudos à vida aqui no comboio. Claro que nunca nos apetece deixar a janela. Esta janela que nos transporta dia e noite à floresta boreal siberiana.
As casas de banho são sempre o ponto dissonante relativamente às outras variáveis ferroviárias. Estamos bem nas cabines: dois a dois em cabines de quatro pessoas o que nos deixa conforto fisico suficiente para descansar o corpo. Temos espaço suficiente para estar tranquilamente sem incomodar o nosso parceiro de viagem. As nossas bagagens não incomodam. Estam arrumadas lá em cima junto ao tecto da carruagem.
As casas de banho são sempre o ponto dissonante relativamente às outras variáveis ferroviárias. Estamos bem nas cabines: dois a dois em cabines de quatro pessoas o que nos deixa conforto fisico suficiente para descansar o corpo. Temos espaço suficiente para estar tranquilamente sem incomodar o nosso parceiro de viagem. As nossas bagagens não incomodam. Estam arrumadas lá em cima junto ao tecto da carruagem.
Existem dois tipos de comboio que atravessam a Sibéria. Um é este em que viajamos chamado o Baikal. Trata-se de um comboio recentissimo: podemos tomar duche todos os dias, as cabines têm estofos novos e a carruagem do restaurante é mais acolhedora.
O outro comboio, o Rossia, é mais velho. Viajámos nesta máquina o ano passado: tem a carga histórica do velho Transsiberiano (os corredores estão inundados da luz vermelha das cortinas, o mobiliário do restaurante é dos anos 40 ou 50, não podemos tomar duche diário, as casas de banho parecem nunca estar limpas) e a viajam é mais cansativa.
Aqui no Baikal até a tripulação cheira a novo. Cada carruagem tem duas pessoas, geralmente mulheres, que asseguram a logistica diária da vida no comboio. Aspiram todos os dias as cabines, os corredores, lavam as casas de banho, tratam da limpeza do Samovar, e invariávelmente, sempre que o comboio pára, limpam o manipulo de suporte às escadas, através do qual apoiamos a nossa descida à plataforma.
Como aconteçe com os russos em geral, também a tripulação não prima pela simpatia. Mas, também como os russos em geral, a tripulação do comboio cumpre com orgulho, sempre com muito orgulho, o trabalho que a mítica ferroviária soviética deixou por legado.
É um ritual que só agora penso ter percebido: é o único ponto do exterior do comboio com o qual nos temos que relacionar permanentemente. Agarramo-nos áquele manipulo pelo menos seis a dez vezes por dia. Por outro lado, durante a noite faz muito frio aqui na Sibéria, de Inverno aquele suporte deve estar completamente congelado, e é também o único ponto susceptivel de ser visitado pelos mais diversos animais que habitam a floresta siberiana.
Este comboio é o único comboio que atravessa a Rússia de uma ponta a outra. A Rússia é o maior país do mundo.