domingo, outubro 12, 2008

O advento da Modernidade

«Ainda é compreensível para seres humanos o moderno curso do mundo desencadeado pelos homens? É porque cada vez mais contemporâneos respondem negativamente a esta pergunta, não só por instinto, mas também com argumentos, que muita gente em finais deste século interessante, fala de uma situação pós - moderna. Nos nossos dias, porém, a obscuridade da marcha do mundo patenteia traços tão novos que nenhuma equiparação é legitima entre as actuais confusões espirituais e as capitulações pré – modernas da razão humana perante os enigmas do mundo.
Nenhuma evidência penetrava tão profundamente nas mentalidades pré – modernas como esta: as coisas acontecem sempre de modo diferente do que se pensa…
Com o advento da modernidade, porém, as coisas passam a correr tal como os homens pensaram. Correm conforme foi pensado, porque os homens ocidentais – monges, comerciantes, médicos, arquitectos, pintores, in summa génios e engenheiros – tratam de organizar de novo o seu pensamento e porque a este se junta uma denominada prática que, como braço técnico do pensamento, intervem no andar do mundo com um efeito revolucionário. A Modernidade, enquanto complexo tecnopolitico, desiquilibrou or completo a antiga ecologia da potência e impotência humanas...».

In Peter Sloterdijk, A Mobilização Infinita, Para uma Critica da Cinética Politica



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