segunda-feira, setembro 15, 2008

Europa em Movimento




Os três meios de transporte que a Europa Viva usou para fazer o Transmongoliano. O comboio, obviamente, através do qual percorremos sete mil kilómetros de Moscovo a Beijing. O barco que nos levou a passear no Baical e o automóvel que nos transportou pelos parques naturais da Mongólia.

Uma viagem como o Transmongoliano nunca mais abandona a intimidade da nossa memória. Durante algum tempo, que podem ser dias, semanas ou meses, há mesmo um debate entre o «eu» cansado de mundo e o mundo sedento de «nós». Fica de facto uma sensação de nada poder ainda dizer-se sobre o que vimos, vivemos e sentimos.
É lenta esta metamorfose em que deixamos o mundo em nós e lentamente convivemos com o que ficou de nós no mundo.
E há de facto imensos lugares onde nós podemos ter ficado. Na solidão e na imensidão da Mongólia, na nova ordem internacional para onde a China nos projecta, na Sibéria onde as bétolas continuam a morrer, no azul do Baical, na Rússia imperial, na Moscovo cosmopolita, (...), na Factory 789 em Beijing, um dos maiores centros criativos da China contemporânea, na Shangai consumista, excentrica e estravagante, enfim, são tantos os lugares do mundo que a alma fica preguiçosa para o abraçar.

©Fotos de Helena Martins

©Texto Ana Paula Lemos





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