sábado, julho 19, 2008

O Teatro na Grécia Antiga - Viagem à Sicília 2008




Taormina. Junho. 2008

Surpreende-me o silêncio que presinto nestas fotografias. Quando e, a que horas, terá a Ana Rosa fixado estas imagens ao teatro, aqui em Taormina, última étapa da viagem da Europa Viva à Sicília?
Lembro-me que visitámos o teatro, por volta da hora de almoço, imediatamente depois de termos feito o transbordo do Autocarro que nos transportou ao longo de toda a Ilha, para um monovolume de 9 lugares, único veículo «colectivo» com autorização regional para invadir o centro histórico da cidade.
E lembro-me também da imensa agitação que a produção do Festival de Cinema de Taormina provocava neste espaço, tentando transformá-lo num equipamento funcional do século XXI, onde durante uma semana, dezenas de filmes de todo o mundo se apresentavam a um público exigente, formado por jornalistas, actores, produtores e realizadores... Fui ao encontro da Margarida Gil, uma das maiores realizadoras portuguesas de cinema, com quem tivemos o previlégio de partilhar estes dias, e tentei dar-lhe a novidade. Senti, claro, que a Margarida conhecia bem a história cinéfila deste espaço onde há 2 500 anos a.C, os gregos discutiam as magnas questões do homem e da polis, segundo uma narrativa por eles inventada e que nós europeus conservámos, e ainda hoje lhe chamamos, o Teatro.
Fiquei fascinada com a possibilidade de pensar o tempo nesta multiplicidade de variáveis...
Ontem Teatro, hoje, Cinema. O homem e as magnas questões do seu tempo, igualmente trágicas, filtradas pela física, espelhadas na lente, mas sempre interpretadas, narradas, ditas, faladas, pelo mistério. O mistério do SER humano, imortalizado pela obra, pela saudade, mas fatalmente transportado pelo vento ao tempo, templo, da trágica história de SER.

© Fotos de Ana Rosa Freitas
©Texto Ana Paula Lemos


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