O mote que o Presidente Durão Barroso sugeriu para reflexão da Conferência que proferiu na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa a convite da Europa Viva e da Licenciatura de Estudos Europeus foi sintetizado neste título: A Europa e os Desafios da Globalização.
Não fugindo a nenhuma questão premente da geo-política mundial, Durão Barroso face a um auditório cheio de alunos da Licenciatura de Estudos Europeus, passou em revista os grandes titulos da agenda da sua Presidencia e não deixou de realçar o papel da cultura na construção do projecto Europeu, adiantando, contudo, que os países membros são mais hábeis em falar de politica comunitária do que em cultura europeia. Como disse o Presidente, quando chegamos à reflexão do tema cultura, os 27 países gostam de falar em uníssono e já não em cultura europeia.
Durão Barroso falou de improviso, numa linguagem clara, mas muito sistematizada, dissecando, sem a menor dificuldade, um a um, os temas mais controversos que lhe foram apresentados pelos alunos para discussão:
1. A Turquia só entra se conseguir convencer os europeus do cumprimento dos objectivos da adesão até porque a adesão de um país ao projecto da União tem que emergir de uma votação unânime e como se sabe há vários paises que estão contra a adesão, nomeadamente a Austria e a Itália;
2. O Tibete vai estar na agenda do Presidente quando daqui a duas semanas visitar a China; onde não se vai coibir de reforçar a tradição europeia no respeito pela dignidade dos homens e do valor da liberdade;
3. Cabo Verde tem um estatuto especial na familia do direito comunitário mas não será um país da União;
Mas Durão Barroso também disse: compete a cada geração definir a geografia do futuro da União Europeia.
E a globalização é um instrumento que muito nos ajuda a corporizar o papel da Europa no contexto mundial.
«Quando fui Ministro dos Negócios Estrangeiros, em 1992, a Europa tinha muito menos peso do que tem hoje» disse o Presidente da Comissão Europeia.
E acrescentou: face a uma China, India, Russia ou Brasil, a Europa tem que ser capaz de responder aos desafios que a globalização coloca.
Uma Europa a 27 é assim tão grande para enfrentar uma China? Perguntou Durão Barroso.
Triste por ver as matrizes culturais europeias (a cultura grega e latina) a desaparecem do mapa geográfico da alma e da cultura europeia, o Presidente segredou que o comove ver os museus europeus e as salas de concerto europeias cheios de pessoas a apreciar a sua cultura...
O Presidente falou ainda do facto de ter conseguido criar por proposta sua o Institutuo de Tecnologia Europeu para travar a imigração da inteligência europeia para os Estados Unidos e explicou que a mobilidade é um factor positivo para fixar na Europa o conhecimento que os seus cientistas produzem.
A Europa Viva gravou a conferência e vai colocá-la no YouTube. Logo que o fizer avisará os seus associados e leitores.