Chegamos ao ultimo dia da nossa viagem. Quisemos partilhar convosco passo a passo o itinerario do Gosto do Cha mas em Darjeeling e em Calcuta a ausencia de meios tecnicos impediu-nos de concretizar o plano inicial. So hoje conseguimos entrar no blog...
Estamos de partida. Pelas 14 horas (8:00 em Portugal) antes de embarcarmos para Deli (donde sairemos amanha de madrugada rumo a Londres) iremos prestar uma homenagem a Madre Teresa de Calcuta junto ao seu tumulo. Uma homenagem simples mas muito desejada por todos os viajantes. De seguida partiremos rumo ao aeroporto e pela 17:00 locais embarcamos com destino a Deli onde ainda jantaremos.
Ontem o dia foi intenso, pela manha passemos de barco pelo afluente do rio sagrado (todos os dias aqui na India sao intensos) e visitamos a maior feira do livro da Asia espalhada pelas ruas de Calcuta.
Claro que sentimos o pulsar da India profunda...nas margens do rio assistimos ao ritual do crematorio, a sacralizacao do corpo e a purificacao da alma atraves de uma agua tao misteriosamente suja quanto eficazmente purificadora segundo sentir deste povo.
Na India e particularmente em Calcuta uma pessoa so consegue estar e viver exercitando o supremo valor do respeito pelo Outro - isto e, o absolutamente diferente - senao, nada neste pais faz sentido.
Creio que nenhum europeu deixara a India sem transportar consigo a chamada questao ontologica essencial - que sentido para o humano?
Na India a diversidade e a caracteristica dominante e o singular esbate-se num sentir colectivo. A rua e o prolongamento do espaco privado e o espaco publico uma manifestacao da vontade de todos os homens: por isso, na India as estradas sao passeios e os passeios lugares por excelencia de comercio.
Calcuta e tao desesperadamente ruidosa quanto profundamente humana. Tudo na India e excessivo apesar dos indianos serem homens e mulheres discretissimos e silenciosos. Aqui em Calcuta como em Deli ou no Sikkim ou no Darjeeling o paradoxo e a carateristica essencial do tecido social.