«A Europa é feita da cafetarias, de cafés. Estes vão da cafetaria preferida de Pessoa, em Lisboa, aos cafés de Odessa frequentados pelos gangsters de Isaac Babel. Vão dos cafés de Copenhaga, onde Kierkegaard passeva nos seus passeios concentrados, aos balcões de Palermo. Não há cafés antigos ou definidores em Moscovo, que é já um subúrbio da Ásia. Poucos em Inglaterra, após um breve periodo em que estiveram na moda, no século XVIII. Nenhuns na América do Norte...Desenhe-se o mapa das cafetarias e obter-se-á um dos marcadores essenciais da Europa».
Steiner, George in A Ideia de Europa, pp.26, Gradiva