sexta-feira, junho 08, 2007

Transmongoliano - Notas - Parte I





O transmongoliano é a metáfora da aventura (todos nós, desejariamos fazê-lo um dia...) mas todas as aventuras têm uma narrativa própria. A narrativa do transmongoliano é obviamente paradoxal. Por um lado ambicionamos fazer uma viagem absolutamente diferente, intensa, marcante, excêntrica e exuberante. O transmongoliano é justamente a soma de todos estes adjectivos. Mas, por outro, queremos tudo isto, sem viver as vicissitudes que este rol de mais valias obriga e determina.
A Europa Viva espera sinceramente que os viajantes do transmongoliano tenham absoluta consciencia da viagem que escolheram empreender: não só do ponto de vista cultural como emocional, mental e físico.
No dia 15 de Agosto iniciamos uma caminhada de três semanas que nos levará aos carris da memória da história recente. Vamos atravessar a Rússia, a Mongólia e uma parte da China. Vamos ver o que nunca os nossos olhos viram, nem os ouvidos ouviram, nem os outros sentidos sentiram. Vamos conhecer a Praça Vermelha, esse lugar carregado de «estórias», vamos experimentar a luz da Sibéria, que para tantos foi a «noite escura» da esperança, vamos olhar o Gobi, esse deserto que quase ninguém olhou, vamos experimentar hóteis que o tempo em qualquer pais civilizado fez esqueçer, lembros os hoteis da Mongólia, e vamos olhar pela primeira vez a muralha da China, das janelas do comboio quando o dia estiver quase a despontar.
Tudo isto é verdade. Mas também é verdade que vamos andar de comboio durante 7 dias, dos quais, as primieras 4 noites são ininterruptamente dormidas no trem e é ainda verdade que no comboio não podemos usufruir de um bom duche, e é ainda verdade que nos vamos divertir imenso, mas que durante três semanas, somos obrigados a viver (conviver) uns com os outros na mais estreita harmonia - é pelo menos este o nosso desejo.
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